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MP aponta esquema de rachadinha em gabinete de Carlos Bolsonaro, diz jornal

Do UOL, em São Paulo

04/05/2023 07h33Atualizada em 04/05/2023 13h41

Chefe de gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) recebeu R$ 2,014 milhões em depósitos provenientes das contas de seis servidores. A movimentação financeira é a prova mais robusta na investigação sobre suspeita de rachadinha no gabinete de Carlos na Câmara.

O que aconteceu:

Jorge Luiz Fernandes é chefe de gabinete do vereador Carlos Bolsonaro desde 2018. Os dados foram obtidos pelo Ministério Público do Rio e as informações foram divulgadas pelo jornal O Globo.

Além de receber mais de R$ 2 milhões no esquema de rachadinha, Fernandes usou contas pessoais para pagar despesas de Carlos. O laudo é suficiente para imputar crime de peculato contra ele.

Agora, uma investigação complementar vai determinar se os pagamentos foram eventuais ou regulares. O pedido é da 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada.

O novo laudo pode provar que Carlos Bolsonaro se beneficiou diretamente do desvio dos salários de seus servidores. Ao todo, 27 pessoas e cinco empresas ligadas a Carlos são investigadas por suposto esquema de rachadinha.

Segundo o documento obtido pelo Globo, Fernandes recebeu entre 2009 e 2018 créditos dos seguintes funcionários:

  • Juciara da Conceição Raimundo: R$ 647 mil, em 219 lançamentos
  • Andrea Cristina da Cruz Martins: R$ 101 mil, em 11 lançamentos
  • Regina Célia Sobral Fernandes: R$ 814 mil, 304 lançamentos
  • Alexander Florindo Batista Júnior: R$ 212 mil, em 53 lançamentos
  • Thiago Medeiros da Silva: R$ 52 mil, em 18 lançamentos
  • Norma Rosa Fernandes Freitas: R$ 185 mil, em 83 lançamentos

Fernandes é casado com Regina Célia e é cunhado de Carlos Alberto Sobral Franco, que foi lotado no gabinete de Jair Bolsonaro (PL) quando o ex-presidente era deputado federal.

Um dos principais alvos da atual investigação do MP é Marta Valle, professora e cunhada de Ana Cristina Valle. Ela passou sete anos e quatro meses lotada no gabinete de Carlos com salário que chegava a R$ 17 mil com auxílios.

Segundo o laudo do MP, Marta fez, entre junho de 2005 e março de 2009, um total de R$ 364 mil em saques com cartão logo após receber o salário.

Em nota divulgada nas redes sociais, a defesa de Carlos Bolsonaro criticou o vazamento de informações "seletivas" que estão sob sigilo do Judiciário.

É preciso apurar se ocorreu o lamentável vazamento de possíveis documentos e informações que estão sob sigilo determinado pelo Poder Judiciário. Aparentemente, a matéria divulga, de forma seletiva, algumas informações sigilosas com o nítido intuito de promover ataques ao vereador.
Trecho de nota divulgada pelo advogado de Carlos Bolsonaro