CPI do MST: Cúpula é oposição; PT põe Gleisi e mais 7 em prol de sem-terra
O PT indicou oito deputados para enfrentar a bancada ruralista e a oposição na CPI do MST. Líder do partido na Câmara, Zeca Dirceu (PT-PR) afirmou que o governo Lula não teme os trabalhos da comissão e que ela servirá de vitrine para os sem-terra.
O que está aconteceu
Os oito nomes são: Padre João (MG), Nilto Tatto (SP), Valmir Assunção (BA), Paulão (AL), Gleisi Hoffmann (PR), João Daniel (SE), Dionilso Marcon (RS) e Camila Jara (MS).
O líder do PT classificou a comissão como "injusta" e uma tentativa de manchar a reputação do MST. Ele não informou quais deputados serão titulares.
A CPI foi montada depois de grande pressão da bancada ruralista, muito forte na Câmara de Deputados. O ambiente para a criação da comissão foi ampliado com invasões no chamado Abril Vermelho. Também causou incômodo a presença de João Pedro Stédile na comitiva de Lula que viajou à China.
A relatoria deve ficar com Ricardo Salles (PL-SP), alinhado a Jair Bolsonaro (PL) e ferrenho adversário do governo Lula. O presidente seria o Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS). Kim Kataguiri (União-SP) será o vice-presidente, fechando um trio de adversários do Planalto no comando dos trabalhos.
O discurso dos ruralistas é de a comissão seguir o caminho do dinheiro para chegar aos financiadores dos atos. Existe ainda a intenção de identificar os organizadores das invasões de terra.
O líder do PT argumentou que não havia motivo para abertura da CPI e que sua criação é um desperdício de energia que poderia ser mais bem empregada.
Além da CPI do MST, está prevista a instalação de comissões para apurar as Americanas e de manipulação de apostas. Todas estavam com os requisitos preenchidos havia tempo, mas não saíram da gaveta. Isso deve acontecer nesta semana.
A instalação das CPIs coincide com o retorno do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), dos Estados Unidos. Ontem, ele deu 24 horas para os partidos indicarem seus representantes.
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