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Alcolumbre sobre Marina após conflito com Petrobras: 'Vai inaugurar o poço'

Senador Davi Alcolumbre (União-AP) -  Edilson Rodrigues/Agência Senado
Senador Davi Alcolumbre (União-AP) Imagem: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Colaboração para o UOL, em Salvador

29/05/2023 18h35Atualizada em 29/05/2023 18h38

O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) ironizou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em entrevista ao Estadão publicada hoje, após o conflito envolvendo a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas pela Petrobras.

O que aconteceu:

Permanência no governo. Ao falar sobre a permanência de Marina na pasta, Alcolumbre disse: "Ela é gente boa. É bom ela ficar para ir lá com a gente inaugurar o poço".

Isolamento de Marina. Segundo o Estadão, o senador é responsável por uma articulação para isolar a ministra do Meio Ambiente e forçá-la a deixar o governo.

Mais espaço. O objetivo seria abrir espaço para o grupo político de Alcolumbre e conquistar mais um ministério na Esplanada. O União Brasil já comanda as pastas das Comunicações, do Desenvolvimento Regional e do Turismo.

Marina sob ataque:

Marina como alvo. A pressão sobre a ministra do Meio Ambiente - dentro e fora do governo - ficou escancarada numa série de disputas que ela e seus aliados perderam no Congresso, mesmo após a aparente vitória sobre a exploração de petróleo na foz do Amazonas.

Marco temporal. Na semana passada, a Câmara aprovou a urgência do PL 490/2007, que trata da adoção de um marco temporal para a demarcação de terras indígenas no País. A tese do marco temporal - que o STF pode e tende a derrubar - prevê que as demarcações só podem contemplar povos que já ocupavam as terras antes e até a promulgação da Constituição em vigor, em outubro de 1988.

Ministério esvaziado. O segundo recado do Congresso que demonstra a pressão política a que Marina está submetida foi dado algumas horas antes da votação da urgência na Câmara, com a aprovação, pela Comissão Especial que analisa a Medida Provisória (MP) de estruturação do governo Lula, de uma versão alterada do texto original. O texto aprovado tira poderes de Marina, numa clara retaliação ao veto para a exploração de petróleo na foz do Amazonas.

Cadastro Ambiental Rural. O terceiro e um dos mais duros recados dos parlamentares reside no mesmo texto da MP. O Cadastro Ambiental Rural (CAR) deixa de ser comandado por Marina e vai para o Ministério da Gestão, comandado por Esther Dweck. O instrumento vem sendo usado para grilagem de terras e a ministra do Meio Ambiente havia determinado uma "malha fina" para coibir roubo de terras e desmatamento.

Exploração de petróleo:

Pedido da Petrobras. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) negou, no último dia 17, autorização para a Petrobras explorar a Bacia da Foz do Rio Amazonas, no litoral do Amapá, que integra a Margem Equatorial brasileira.

Viabilidade da exploração. O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou que o órgão pediu complementações dos estudos à Petrobras em oito ocasiões, mas a estatal não teria conseguido comprovar a viabilidade da exploração.

Marina apoia Ibama. Na semana passada, a ministra Marina Silva afirmou que a decisão do Ibama de indeferir pedido de licença da Petrobras para perfurar a Bacia da Foz do Rio Amazonas será cumprida, assegurando que o parecer foi técnico e não será revertido por pressão política.

Posicionamento de Lula. Antes, o presidente Lula havia dito considerar "difícil" que a exploração de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas venha a trazer problemas ambientais para a Amazônia.

*Com informações do Estadão Conteúdo e da Reuters