ONG internacional diz que Lula tenta seguir Bolsonaro com Zanin no STF
A ONG Transparência Internacional, que tem como atuação o combate à corrupção, divulgou um posicionamento ontem (1) em que critica a indicação do advogado Cristiano Zanin Martins, 47, para uma cadeira no STF (Supremo Tribunal Federal), feita pelo presidente Lula (PT).
O que aconteceu:
A ONG internacional, com atuação no Brasil, disse que o petista "tenta repetir a receita" do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) - que indicou André Mendonça e Nunes Marques ao STF - com a indicação do seu advogado pessoal.
No texto, a organização pede aos senadores, que ainda vão sabatinar Zanin, que "cumpram seu papel na defesa do interesse público e da democracia".
A Transparência Internacional avaliou ainda que a indicação do advogado pessoal de Lula "contraria compromissos assumidos internacionalmente pelo Brasil sobre independência do judiciário, afronta o princípio constitucional de impessoalidade e trai a promessa de resgate das instituições democráticas".
A organização argumenta que a indicação de Zanin, um homem branco, contradiz o discurso do governo de inclusão. "E aprofunda, ainda mais, a dívida brasileira com os segmentos sociais historicamente marginalizados e excluídos dos espaços de poder. Esta exclusão está também na raiz da corrupção sistêmica brasileira".
Zanin no STF:
O presidente Lula (PT) confirmou ontem a indicação de Zanin, seu advogado na Operação Lava Jato, para a vaga no STF aberta com a aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski, em abril. É a primeira de duas escolhas que o petista deverá fazer no mandato.
Lula disse que Zanin "se transformará em um grande ministro" do STF — onde poderá atuar até 2050. "Conheço suas qualidades, formação, trajetória e competência. E acho que o Brasil irá se orgulhar".
Os ministros do STF parabenizaram Zanin. Luiz Fux considerou a escolha "ótima", Nunes Marques, "muito boa", e Gilmar Mendes, "positiva". André Mendonça desejou sucesso na sabatina do Senado, a ser marcada antes do recesso parlamentar na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), segundo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD).
O advogado tem de ser aprovado por maioria absoluta na sabatiba para assumir a vaga no STF. Historicamente, a Casa sempre aprovou as nomeações presidenciais para o Supremo, mas isso não significa que as sabatinas sejam tranquilas. Zanin enfrentará, por exemplo, o hoje senador Sérgio Moro (União-PR), ex-juiz da Lava Jato.
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