Abriria meu sigilo se suspeitassem de apoio ao 8/1, diz presidente de CPI
O presidente da CPI mista dos Ataques Golpistas de 8 de janeiro, deputado Arthur Maia (UB-BA), afirmou que, se ele estivesse sob suspeita de ter incentivado os crimes de tentativa de golpe de estado, e vandalismo, abriria seus sigilos telefônico e bancário espontaneamente. A afirmação foi feita ao jornal O Globo, que publicou a entrevista neste domingo (4).
O que mais ele disse?
Questionado se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou da tentativa de golpe, ele afirmou: "não tenho investigado de estimação". "Se houver indícios contra qualquer pessoa que seja, eu colocarei o requerimento em pauta e o plenário decidirá."
Mas ele também disse que não vai deixar que uma investigação do ex-presidente seja feita sem indícios: "Não vou sequer pautar, não vou dar nenhum crédito a pessoas que queiram utilizar a CPI de maneira política para fins eleitorais".
E as quebras de sigilo?
Maia também comentou sobre quebras de sigilos telefônico e bancário de suspeitos de incentivar atos golpistas. "Tem que haver um indício que justifique a quebra de sigilo de quem quer que seja", disse.
Eu no lugar desses parlamentares seria o primeiro a propor e a oferecer a quebra do meu sigilo, mas obviamente isso é uma reflexão que cada um tem que fazer.
Arthur Maia
As suspeitas caem sobre, pelo menos, cinco deputados, um deles membro da própria CPI:
- André Fernandes (PL-CE), indiciado pela Polícia Federal e titular da própria CPI do 8 de janeiro
- Luciano Zucco (Rep-RS) , tenente-coronel do Exército e presidente a CPI do MST
- Fernanda Siqueira (PL-MT), coronel da Polícia Militar do Mato Grosso.
- Sílvia Waipiã (PL-AP)
- Clarissa Tércio (PP-PE)
Outros pontos da entrevista
Nenhum parlamentar pode expressar opinião sobre o caso antes de investigar. O presidente da CPI disse que é preciso ter "apego à imparcialidade".
A CPI vai dar "transparência" às investigações. "Os depoimentos são públicos, os documentos vão ser expostos, não haverá sigilos e as pessoas poderão acompanhar e formar juízo de valor do que de fato aconteceu."
A investigação é sobre um crime grave. "É um caso muito sério, uma acusação de que aconteceu uma tentativa de golpe de Estado, com o propósito de interromper o estado democrático de direito."
Não comentou a tese de infiltrados de esquerda como autores dos crimes. "Não acredito e nem desacredito de nada. Vou presidir a investigação."
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