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'Estou aqui firme', diz ministra do Turismo, cotada para sair

Carolina Nogueira

Colaboração para o UOL, em Brasília

14/06/2023 11h03Atualizada em 14/06/2023 11h03

A ministra do Turismo, Daniela Carneiro, disse estar "firme" apesar das pressões de seu partido, o União Brasil, para deixar o comando da pasta.

O que aconteceu?

"Essa questão de achismo é algo complicado, mas eu estou aqui firme. Eu estou como ministra, atuando para a gente fortalecer o turismo no Brasil", afirmou, na chegada para ser ouvida na Comissão do Turismo do Senado. Ontem, ela já havia participado de evento semelhante na Câmara.

Ontem, o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) foi a um jantar do União para negociar a mudança na pasta.

Sobre isso, Daniela desconversou. Disse apenas que o foco era falar de seu trabalho à frente da pasta e que continuaria apoiando o governo Lula (PT).

"Saída honrosa"

Na reunião de emergência em que decidiu mantê-la no cargo, Lula combinou que a ainda ministra fará um levantamento das suas ações à frente do Turismo antes de deixar o cargo. O quadro será apresentado na reunião ministerial amanhã (15).

Esta seria uma forma da ministra apresentar uma "saída honrosa" da pasta. A ideia é que o governo e a Secom (Secretaria de Comunicação Social) destaquem os avanços da pasta na gestão Daniela. Com isso, reforçariam que a troca se trata apenas de uma questão de ajuste político.

A decisão de substituí-la já foi tomada, conforme revelou o colunista do UOL Tales Faria — quem deve assumir a pasta é Sabino, endossado pelo centrão. O pedido pelo cargo de Daniela foi feito pelo próprio União Brasil, depois que Daniela anunciou a ida para o Republicanos.

O apoio do União

O partido não quis garantir apoio total no Congresso às pautas governistas. Entre os 59 deputados, há cerca de 20 já definidos como oposição. A decisão de manter o partido como independente à gestão petista dá a prerrogativa de haver dissidências das bancadas na Câmara e no Senado.

Anteontem, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), negaram que haja planos de reforma ministerial. Os dois desconversaram sobre mudanças em outros ministérios, mas não negaram que a saída da deputada pudesse ocorrer.