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CPI: 'Saí de licença porque estava doente', diz Naime sobre 8/1

Do UOL, em São Paulo

26/06/2023 16h27Atualizada em 26/06/2023 20h46

Ex-chefe de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal, o coronel Jorge Eduardo Naime Barreto disse que não estava escalado para trabalhar no dia 8 de janeiro porque estava doente.

O que aconteceu:

Naime depôs hoje à CPMI do 8 de janeiro por mais de cinco horas. Ele disse que combinou com o seu superior que trabalharia até a posse presidencial, em 1º de janeiro, e, então, entraria "com minha licença recompensa, licença de ano novo e férias".

"Estava de licença, porque estava doente. Tirei licença para fazer exames, estava pré-diabético", falou. Apesar de não estar no expediente do dia, ele foi chamado e compareceu à Praça dos Três Poderes.

Se a cadeia de comando tivesse sido cumprida, eu teria sido convocado a retornar ainda durante a semana. Fui convocado no domingo, dia 8 de janeiro. As informações não chegaram. Ele também disse ter sido "impressionante como foi fácil adentrar os prédios públicos" no dia da depredação.

Hoje, o coronel chegou a enviar um atestado para não comparecer à comissão, por estar em "quadro depressivo". Com isso, a CPMI decidiu reexaminar o documento. Depois disso, Naime decidiu depor.

O ex-comandante falou ser vítima de uma "injustiça" e reiterou que não deveria estar preso — ele foi detido em fevereiro por suspeita de omissão antes e durante as invasões às sedes dos Três Poderes após ter sido afastado do Departamento Operacional da PM-DF no dia 10 de janeiro.

Pensei que ia receber elogio pela minha ação e recebi uma prisão".
Naime na CPMI do 8 de janeiro

'Policia foi pega de surpresa'

Em 12 de dezembro de 2022, outro dia em que a capital foi palco de atos golpistas, Naime afirmou que "a polícia foi pega de surpresa", porque "o ato em si não foi normal".

No depoimento, ele disse que foi diversas vezes aos acampamentos instalados no QG do Exército depois da vitória do presidente Lula, mas apenas nas horas de serviço e nunca no período de folga.

Naime ainda disse que seus sigilos bancário e telefônico foram quebrados pela Polícia Federal e estão à disposição da CPMI, mas a relatora Eliziane Gama (PSD-MA) disse que é preciso formalizar o acesso e pediu para que essa solicitação seja feita.