Ministro do TSE multa advogado que tentou anular julgamento de Bolsonaro
O ministro do TSE Benedito Gonçalves multou em R$ 13,2 mil um advogado que pediu a anulação do julgamento do Tribunal Superior Eleitoral que tornou Jair Bolsonaro (PL) inelegível.
O que aconteceu:
O ministro, que é corregedor-geral da Justiça Eleitoral, multou Anildo Fábio de Araujo em 10 salários mínimos por litigância de má-fé. O advogado alegou que ministros da Corte deveriam declarar "impedimento" no julgamento.
Benedito Gonçalves também ressaltou que o advogado é procurador da Fazenda Nacional aposentado e que, por isso, deve ter conhecimento "da inadequação do material apresentado como suporte para intervir no feito".
Segundo o ministro do TSE, o advogado solicitou a leitura de orações, textos bíblicos, livros e da petição "com o perdão de alguma falta ou melhor tempo para a análise dos autos".
"É patente que a peça não tem por objetivo oferecer qualquer contribuição efetiva para a discussão da causa, sendo concluída com 'requerimentos' sem qualquer propósito jurídico", destaca o ministro.
As expressões utilizadas na petição, a imensa gama de assuntos desconexos tratados e a defesa dos atos antidemocráticos de 08/01/2023 deixam entrever o real objetivo do requerente: de que, com a juntada dessa manifestação a autos de grande relevo, o "protesto" ganhasse palco impróprio. O fato se agrava por se identificar, no texto, comentários insidiosos que visam desabonar, sem fundamento, a atuação de Ministros no julgamento".
Ministro Benedito Gonçalves
O que diz Anilson
Ao UOL, o advogado disse que a multa aplicada pelo TSE "é nula e viola o regimento interno" do Tribunal. Segundo ele, que disse ter estudado e aprendido muito sozinho sobre Direito Eleitoral, os ministros "não estudam".
Para Anildo Fábio de Araujo, o TSE fez do processo "um circo" a partir da "ampla divulgação, com longas sessões de assunto". "Quem quer e fica buscando refletores são os próprios Ministros do TSE: sem imparcialidade, violando regras e normas do Impedimento e da Suspeição, inclusive por foro íntimo. Pela inobservância destas normas é que a Justiça do Brasil está entre as piores do mundo", opina.
O julgamento
Jair Bolsonaro é o terceiro ex-presidente do Brasil a se tornar inelegível após a redemocratização. É ainda o primeiro condenado pelo TSE, que formou maioria entre os ministros com essa decisão.
A ação contra Bolsonaro foi movida pelo PDT. Os juízes entenderam que o ex-presidente cometeu abuso de poder político e fez uso indevido dos meios de comunicação durante uma reunião com embaixadores em 2022.
O ex-presidente fica inelegível por oito anos, contados a partir das eleições de 2022. Se não houver recursos favoráveis, Bolsonaro só voltará a poder disputar uma eleição em 2030.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.