STJ mantém na prisão o suposto espião russo que se passou por brasileiro
O Superior Tribunal de Justiça negou hoje um pedido de soltura do suposto espião russo Sergey Cherkasov, preso há mais de um ano no Brasil.
O que aconteceu
A ministra Maria Thereza de Assis Moura, presidente do STJ, negou um pedido de liberdade provisória para Cherkasov. Ele foi detido ao tentar se infiltrar no Tribunal de Haia, na Holanda, em abril do ano passado, se passando por um estudante brasileiro.
Cherkasov usava documentos falsos com o nome de Victor Muller Ferreira. Após ser descoberto por autoridades holandesas, ele foi deportado ao Brasil, mas a Rússia pede que ele retorne porque ele seria acusado de tráfico de drogas.
O russo está em prisão preventiva sob a acusação de uso de documento falso. Ele também é investigado por atos de espionagem, lavagem de dinheiro e corrupção.
O STF decidiu, no fim de março, que Cherkasov só poderá voltar à Rússia após o fim das investigações criminais contra ele. A presidente do STJ rejeitou o argumento da defesa de que o tempo de prisão — 15 meses — seria excessivo, já que, segundo ela, não há prazos atrasados no processo.
Cherkasov nega ser um espião da Rússia.
EUA pediram extradição
O governo dos Estados Unidos pediu em abril a extradição do russo. Segundo noticiou a BBC News Brasil na ocasião, a informação foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores, mas Cherkasov segue preso no Brasil.
Os EUA o acusam de fazer parte de um grupo considerado a elite da espionagem russa. Os norte-americanos afirmam que Cherkasov usava a identidade brasileira para se infiltrar em instituições e obter informações estratégicas do governo norte-americano.
A Rússia também fez a solicitação de extradição do suspeito, em agosto de 2022. Argumentaram que Cherkasov é um traficante de drogas procurado pelas autoridades do país há quase 10 anos.
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