Versão de Moraes à PF sobre atrito em Roma é 'curiosa inovação', diz defesa
Ralph Tórtima Filho, advogado dos suspeitos de hostilizar o ministro Alexandre de Moraes em Roma, afirmou hoje que o depoimento do ministro do STF à Polícia Federal traz uma "curiosa inovação".
O que aconteceu:
O advogado afirmou que a defesa "ainda não teve acesso aos depoimentos da família Moraes". Então, qualquer manifestação seria precoce. Ele representa defesa de Roberto Mantovani Filho, Andréa Mantovani e Alex Zanatta, suspeitos no caso.
Entretanto, Tórtima disse que "o que se pode dizer, de forma objetiva, é que nenhuma das ofensas agora divulgadas, envolvendo fraude às urnas ou interferência no resultado eleitoral, constou da representação ofertada pelo Ministro Alexandre de Moraes".
"Trata-se de uma curiosa inovação", completou o advogado em nota.
A defesa ainda não teve acesso aos depoimentos da família Moraes, entendendo como temerária qualquer manifestação sua, antes do pleno conhecimento do que disseram. Os investigados, por sua vez, mantém, na íntegra, o que já esclareceram à Polícia Federal. Inclusive, estão convictos de que as imagens do aeroporto confirmarão suas versões, reiterando que não houve qualquer ofensa direcionada ao Ministro Alexandre de Moraes. O que se pode dizer, de forma objetiva, é que nenhuma das ofensas agora divulgadas, envolvendo fraude às urnas ou interferência no resultado eleitoral, constou da representação ofertada pelo Ministro Alexandre de Moraes, elaborada imediatamente após os fatos. Trata-se de uma curiosa inovação.
Ralph Tórtima Filho, advogado da família Mantovani
Moraes depôs à PF
Ontem, o ministro depôs na Superintendência da PF (Polícia Federal) em São Paulo, conforme informado pelo STF ao UOL.
No depoimento, Moraes teria detalhado as hostilizações, destacando que Roberto Mantovani Filho e Andréia Munarão o teriam acusado de ter "fraudado as urnas e roubado as eleições", segundo informações da ANSA.
A Polícia Federal ainda aguarda receber as imagens do aeroporto. Autoridades italianas passarão as gravações de câmeras de segurança à Interpol.
A PR usa as frentes de cooperação policial internacional, pela Interpol, e também acionou o DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional), vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, para acelerar o acesso.
Relembre o caso
Moraes afirmou ter sido hostilizado por três brasileiros no Aeroporto Internacional de Roma. O episódio teria ocorrido por volta das 18h45 da sexta-feira (horário local, 13h45 em Brasília). O ministro estava na Itália para participar do Fórum Internacional de Direito.
Roberto Mantovani Filho, Andréa Mantovani e Alex Zanatta foram apontados como os agressores. O empresário foi expulso do PSD, partido que integrava desde março de 2016.
O ministro foi chamado de "bandido, comunista e comprado", conforme a investigação. As palavras teriam vindo de Andreia. Advogados criminalistas afirmaram ao UOL que os brasileiros podem responder por crimes de injúria e agressão.
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