Conteúdo publicado há 9 meses

Caso Marielle: Ex-bombeiro Suel, preso após delação, é levado para Brasília

Maxwell Simões Correa, o Suel, suspeito de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, foi transferido para Brasília na tarde desta terça-feira (25).

O que aconteceu:

Suel foi transferido para a Penitenciária Federal de Brasília, segundo informou a Polícia Federal. A decisão foi da 4ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.

O Ministério Público argumentou que há provas de envolvimento dele nas execuções de Marielle e Anderson e que ele já havia sido condenado pelo descarte de armas e acessórios de Ronnie Lessa, apontado como autor dos disparos.

O ex-bombeiro foi preso após delação do ex-PM Élcio de Queiroz. Preso desde 2019, ele confessou participação no crime e apontou Ronnie como o autor dos tiros, disse o ministro da Justiça, Flávio Dino.

Em nota, o Ministério da Justiça explicou que, para ser transferido para presídio federal, o custodiado precisa de alguns pré-requisitos, "como ter desempenhado função de liderança ou participado de forma relevante em organização criminosa e ser membro de quadrilha ou bando, envolvido na prática reiterada de crimes com violência ou grave ameaça".

Os presos no sistema federal podem ficar na unidade por até três anos, mas com prorrogações "quantas vezes forem necessárias" —se não houver motivos para a extensão, o custodiado deverá retornar a uma prisão em seu estado de origem.

Suel é amigo de Ronnie Lessa, policial militar reformado apontado como o responsável por efetuar os disparos contra o veículo onde estavam Marielle, Anderson e a assessora Fernanda Chaves, única sobrevivente.

O ex-bombeiro participou de ações de "vigilância e acompanhamento" de Marielle antes do assassinato e depois ajudou a encobertar o crime, disse ontem Dino.

Já o ex-policial militar Élcio de Queiroz será transferido da Penitenciária Federal de Brasília para um presídio estadual que não será divulgado. A decisão pela transferência aconteceu após ele firmar o acordo de colaboração premiada.

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Por que Suel é suspeito?

10.jun.2020 - O bombeiro Maxwell Simões Correa é conduzido por policiais após ser preso sob suspeita de participação no assassinato da vereadora Marielle Franco
10.jun.2020 - O bombeiro Maxwell Simões Correa é conduzido por policiais após ser preso sob suspeita de participação no assassinato da vereadora Marielle Franco Imagem: Diego Maranhão/AM Press & Images/Estadão Conteúdo

Maxwell Simões Corrêa teria, segundo investigação do Ministério Público, atuado por obstruir as investigações sobre o assassinato. Em março deste ano, o ex-bombeiro foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro a seis anos e nove meses de prisão. Ele cumpria pena em regime aberto.

Segundo o MP, Suel teria ajudado Ronnie Lessa a esconder armas em um apartamento na zona oeste do Rio de Janeiro.

Caso Marielle

A vereadora do Rio Marielle Franco e o motorista dela, Anderson Gomes, foram assassinados a tiros em 14 de março de 2018, no bairro do Estácio, no Centro do Rio.

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Os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram presos, apontados como autores dos homicídios — o primeiro teria atirado nas vítimas, e o segundo dirigia o carro que emparelhou com o da vereadora. Eles ainda não foram julgados, mas passarão por júri popular, em data ainda a ser definida pela Justiça do Rio.

Ainda não há sinalização sobre quem foi o mandante do crime. O primeiro inquérito, que concluiu a participação de Lessa e Queiroz, não conseguiu definir se eles agiram sozinhos ou a mando de alguém.

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