Mauro Cid diz que transações milionárias são de imóveis e mudança de conta
A defesa do tenente-coronel Mauro Cid emitiu uma nota hoje em resposta ao relatório do Coaf ( Conselho de Controle de Atividades Financeiras), que apontou "movimentações atípicas" e "incompatíveis" nas finanças do ex-ajudante de Jair Bolsonaro (PL) em um período de seis meses.
O que aconteceu:
As transações têm relação com a aquisição de um imóvel, empréstimo familiar, quitação de contas e transferência de renda de conta bancária no Brasil para os Estados Unidos, segundo os advogados de Cid.
"Todas as movimentações financeiras são regulares e encontram amparo nas reservas financeiras e no patrimônio familiar", ressaltou a defesa do tenente-coronel.
O valor "atípico" de R$ 368 mil enviado por Cid aos Estados Unidos no período em que ele e Bolsonaro estavam naquele país foi uma "transferência de patrimônio, devidamente declarada, de sua conta no Brasil para conta de mesma titularidade" no país norte-americano, segundo a nota da defesa de Mauro Cid.
'Tudo declarado'. Os advogados também alegam que as movimentações financeiras apontadas pelo Coaf são referentes a resgates de investimentos utilizados para a "quitação de contas familiares, aquisição de imóvel e empréstimo familiar", o que, afirmam, foi "devidamente declarado".
Origem do patrimônio. A defesa destaca que o patrimônio familiar de Mauro Cid é proveniente de imóveis adquiridos por meio de crédito com a Poupex, fundação que financia a aquisição de imóveis para militares, e outras instituições, bem como bens oriundos de herança obtida por sua esposa.
Por fim, os advogados afirmaram que as finanças de Cid já foram alvo de apuração da Polícia Federal em 2021 e que, "pela absoluta normalidade das transações, a autoridade policial não encontrou quaisquer indícios de ilegalidade". Entretanto, as "movimentações atípicas" apontadas pelo Coaf na conta do aliado de Bolsonaro são referentes aos meses de julho de 2022 a janeiro de 2023.
O que diz o Coaf:
Relatório do Coaf apontou "movimentações atípicas" e "incompatíveis" com os rendimentos do militar, além de haver "indícios de lavagem de dinheiro" nas contas bancárias do tenente-coronel.
O órgão afirma que o militar movimentou em suas contas bancárias R$ 3,2 milhões de 26 de julho de 2022 a 25 de janeiro de 2023. No resumo das transações financeiras, estão R$ 1,8 milhão em créditos e R$ 1,4 milhão em débitos.
Os dados do Coaf foram submetidos à CPMI do 8 de Janeiro, que solicitou a quebra de sigilos do tenente-coronel — a Comissão investiga as responsabilidades pelos ataques às sedes dos Poderes da República em um atentado golpista.
Mauro Cid está preso desde 3 de maio por suspeita de falsificar cartões de vacina de covid-19 para seus familiares e de Jair Bolsonaro. Ele já foi ouvido na CPMI, mas ficou em silêncio.
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