Wassef se diz alvo de mentira após PF apontar que ele recomprou Rolex
O advogado Frederick Wassef afirmou em nota que não participou de nenhuma tratativa nem auxiliou a venda de nenhuma joia de forma direta ou indireta. Ele é apontado pela Polícia Federal como o responsável pela reaquisição de um relógio Rolex desviado e vendido no EUA por auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em nota, Wassef classifica o caso como "total armação" e nega ter tido um "papel central" em esquema de venda de joias. O posicionamento, porém, não aborda a participação do advogado no "resgate" do rolex em uma operação sigilosa conduzida por aliados de Bolsonaro.
O que diz Wassef
Advogado da família, ele diz que está sofrendo uma "campanha de fake news news e mentiras de todos os tipos, além de informações contraditórias e fora de contexto". "Fui acusado falsamente de ter um papel central em um suposto esquema de vendas de joias. Isto é calúnia que venho sofrendo e pura mentira. Total armação", afirmou.
O advogado afirma que só tomou conhecimento das joias em 2023 pela imprensa e que, na ocasião, Bolsonaro o autorizou a dar entrevistas sobre o assunto. Antes disso, diz Wassef, "jamais soube da existência de joias ou qualquer outros presentes recebidos".
Nunca vendi nenhuma joia, ofereci ou tive posse. Nunca participei de nenhuma tratativa, e nem auxiliei nenhuma venda, nem de forma direta ou indireta. Jamais participei ou ajudei de qualquer forma qualquer pessoa a realizar nenhuma negociação ou venda"
Frederick Wassef, em nota
Advogado participou de operação sigilosa
De acordo com a PF, Wassef foi escalado pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, para uma "operação resgate" de um kit de joias feito com ouro branco.
O papel de Wassef foi recomprar um Rolex que foi vendido por Cid em junho de 2022 - o temor dos auxiliares do ex-presidente era eventual decisão do TCU para devolver o objeto.
Mauro Cid vendeu o rolex e um relógio da marca Patek Phillipe para a loja Precision Watches, na Pensilvânia (EUA), por US$ 68 mil (cerca de R$ 346 mil) em junho de 2022. Wassef recuperou o rolex em 14 de março deste ano.
Wassef entregou o rolex a Cid em 2 de abril em um encontro em São Paulo e o relógio foi devolvido pela defesa de Bolsonaro no dia 4 de abril, em Brasília, junto com as demais joias do chamado "kit ouro branco", recuperado por Cid nos Estados Unidos.
Os aliados de Bolsonaro, porém, não relataram às autoridades a "operação resgate" sigilosa do Rolex e nem que ele havia sido vendido no ano anterior.
Toda a operação foi realizada de forma escamoteada, fato que permitiu os investigados devolverem os bens sem revelar que todo o material estava fora do país, ao contrário das afirmações prestadas, inclusive em procedimento criminal instaurado para apurar a possível entrada irregular das joias que integravam o denominado KIT ROSE, em que afirmaram que todo o acervo do ex-Presidente JAIR BOLSONARO estava armazenado na localidade denominada 'Fazenda Piquet', no Distrito Federal"
Polícia Federal, em manifestação ao STF
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Quero receberO que diz a defesa de Bolsonaro
"A defesa do Presidente Jair Bolsonaro voluntariamente, e sem que houvesse sido instada, peticionou junto ao TCU — ainda em meados de março, p.p. —, requerendo o depósito dos itens naquela Corte, até final decisão sobre seu tratamento, o que de fato foi feito.
O presidente Bolsonaro reitera que jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos, colocando à disposição do Poder Judiciário sua movimentação bancária."
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