Governador do ES diz que governo Lula é 'positivo', mas cobra espaço ao PSB
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, diz que uma eventual perda de espaço do PSB no governo Lula (PT) "seria um sinal ruim".
O que aconteceu:
Casagrande diz que Lula precisa do apoio do Congresso, mas que "não é natural que se retire dos espaços aliados que estiveram com ele desde o primeiro momento, como o PSB". A declaração foi dada em entrevista ao jornal O Globo.
O governo Lula estuda uma reforma ministerial para acomodar nomes do PP e Republicanos no primeiro escalão do governo. A Câmara dos Deputados vem atrasando votações importantes para o governo, como o arcabouço fiscal, para forçar Lula a acelerar a reforma.
Lula já sinalizou que a reforma ministerial deve ter como alvo pastas que hoje são comandadas por representantes do PSB, partido do vice Geraldo Alckmin, e do próprio PT.
Alckmin deu sinais de que não quer entregar o cargo para acomodar o centrão, mas interlocutores do vice-presidente dizem que ele é fiel à Lula.
O presidente não pode perder sua essência, mas precisa ter apoio no Congresso. O que não é natural é que retire dos espaços aliados que estiveram com ele desde o primeiro momento, como o PSB, que sustentou a candidatura de Lula desde o começo. Se isso acontecer, é um sinal ruim para a política.
O ministro Alckmin, além de ser vice-presidente, desempenha um papel importante no governo, estabeleceu uma conexão muito boa com o mundo empreendedor pela sua competência. Isso é ponte lançada para um setor que não esteve com o presidente Lula na campanha. Nós não podemos trocar o que está dando certo.
Se conheço bem o Alckmin, ele jamais provocará um atrito com o presidente Lula. O presidente é que precisa fazer essa reflexão. Não pode tirar prestígio de um vice-presidente da República competente e eficiente.
Balanço do governo Lula é 'muito positivo'
Casagrande elogiou o desempenho do governo no primeiro semestre do ano.
Muito positivo. Em um primeiro momento, fez um enfrentamento aos ataques que as instituições sofreram e o ministro (Fernando) Haddad, da Fazenda, vem conduzindo bem a pauta econômica. O grande desafio do presidente é a relação com o Congresso.
A eleição contra o ex-presidente Jair Bolsonaro foi muito disputada e o Congresso eleito é muito conservador, então a dificuldade dos próximos quatro anos vai ser estabelecer uma relação em que, além de seus interlocutores, vai ter que entrar pessoal e constantemente nessa articulação.
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