Conteúdo publicado há 10 meses

Casarões: Cúmplices de Bolsonaro, militares barganham missão constitucional

Ao analisar a declaração do ministro do STF Gilmar Mendes de que as Forças Armadas foram lenientes com Bolsonaro, o cientista político Guilherme Casarões afirmou que os militares também foram cúmplices do ex-presidente.

As Forças Armadas deveriam ser uma instituição de Estado, e não de governo. Falar em leniência é pouco. Tratar os militares como vítimas dessa politização com a empreitada bolsonarista me parece equivocado. Em muitos sentidos, os militares foram cúmplices desse processo. A leniência dá certa ideia de descaso, mas não foi bem isso por se posicionarem e se omitirem em tantas coisas no governo Bolsonaro. Guilherme Casarões, cientista político

Em participação no UOL News, Casarões questionou a forma como o governo, ao longo dos anos, manteve as Forças Armadas "domadas". O cientista político destacou como esse processo se intensificou durante a gestão de Jair Bolsonaro, o que ajuda a entender as divergências da corporação com Lula - uma atitude que, na visão de Casarões, vai contra a missão dos militares em relação ao país.

As Forças Armadas têm que retomar o controle da própria narrativa. Ao longo da História, a maneira como presidentes domaram a corporação foi por meio do dinheiro. Isso é muito problemático. Lula já sabe lidar com isso. Os militares entenderam muito bem essa negociação e, para eles, é interessante antipatizar com Lula para que ele pague um preço muito mais alto para chegar à presidência. Ao fazer isso, os militares barganham com sua própria missão constitucional, o que é, no mínimo, antirrepublicano. Guilherme Casarões, cientista político

Josias: Forças Armadas usam brasa do golpismo bolsonarista para assar pizza de privilégios

Josias de Souza criticou o silêncio das Forças Armadas em relação ao envolvimento de militares nos escândalos com Jair Bolsonaro. O colunista ainda questionou as exigências feitas pela corporação em meio ao ambiente de desmoralização dos quartéis, o que denota algo além da leniência apontada por Gilmar Mendes.

As Forças Armadas não estão se ajudando e, nos últimos dias, fizeram movimentos ofensivos. Arrancaram R$ 53 bilhões do Lula em investimentos, mais volumosos do que os destinados à saúde e à educação, reivindicam aumento salarial e retardam a reação à deterioração. Dá a impressão de que os militares utilizam a brasa do golpismo para assar uma pizza de privilégios. É preciso parar de tratar militares como bichinhos de pelúcia. Josias de Souza, colunista do UOL

Josias: Timbre de Bolsonaro em mensagens orna com fanatização que levou ao 8/1

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Para Josias de Souza, a revelação do teor das mensagens de Jair Bolsonaro ao empresário Meyer Nigri, fundador da construtora Tecnisa, mostra como o ex-presidente contribuiu de forma decisiva para o clima que levou aos atos golpistas de 8 de janeiro. O colunista destacou como este clima tóxico encontrou eco em grupos de empresários apoiadores do ex-presidente, com papel fundamental na disseminação de fake news.

O timbre do Bolsonaro nessas mensagens orna muito com o ambiente de fanatização que levou ao 8/1 e aos episódios que antecederam a invasão aos prédios públicos. Bolsonaro encontrou material para bolsonarizar a rotina política do país. Ele não agiu só. É impossível criticar a desfaçatez do Bolsonaro e tratar com punhos de renda empresários como Meyer Nigri. Josias de Souza, colunista do UOL

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