Qual a relação de Jair Renan com Maciel Carvalho, preso pela Polícia Civil
A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou hoje uma operação que cumpriu mandados em dois endereços de Jair Renan Bolsonaro, filho 04 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele é ligado ao principal alvo da operação: o coach, advogado e instrutor de tiro Maciel Carvalho.
Qual a relação entre os dois?
Maciel Carvalho tem 41 anos e ficou conhecido por sua relação com Jair Renan. Ele também se apresenta como empresário, ex-pastor da Assembleia de Deus e coach.
De instrutor a advogado de Jair Renan. Carvalho era instrutor de tiros de Jair Renan e da mãe dele, Ana Cristina Siqueira Valle. Mas no ano passado, ele passou a se apresentar como advogado do 04. No dia 29 de setembro, foi ele quem se apresentou à polícia para registrar um boletim de ocorrência depois que a casa de Jair Renan, no Lago Sul, foi pichada.
Carvalho também passou a cuidar da imagem do filho do ex-presidente. Após ataques nas redes sociais, o advogado adequou o perfil de Jair Renan na internet. Ele orientou o pupilo a trocar a publicação de imagens em casas noturnas por fotos de terno e gravata e frases motivacionais, segundo o próprio 04 ao site Metrópoles.
Carteira de habilitação de Jair na casa de Carvalho. O advogado chegou a ser preso em janeiro deste ano por suspeita de posse, porte e comércio ilegal de armas de fogo. Durante a operação em uma sala comercial ligada ao advogado, a polícia encontrou a CNH do filho de Bolsonaro durante apreensão de documentos, celulares, computadores, munições e armas.
As operações contra Carvalho
A operação que encontrou a carteira de habilitação de Jair Renan se chamava Falso Coach e tinha Carvalho como principal alvo. Preso no dia 5 de janeiro, ele foi solto no dia seguinte.
Instrutor da 357 Academia do Tiro, Carvalho era investigado por vender armas pelas mídias sociais. Ele já estava em liberdade provisória por usar CPFs falsos para conseguir registro de CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador) e comprar armas de fogo.
Segundo a polícia, Carvalho usava os CPFs falsificados para ocultar sua coleção de infrações criminais, como:
- Peculato;
- Estelionato;
- Corrupção ativa;
- Lavagem de dinheiro;
- Organização criminosa;
- Falsificação de documentos;
- Uso de documento falso e disparo de arma de fogo.
Em março deste ano, Carvalho também foi alvo da Operação Succedere, também da Polícia Civil do DF. Os agentes apuram se ele faz parte de uma organização criminosa especializada em notas fiscais falsas.
Operação de hoje tem conexão com as primeiras
As duas operações que tiveram Carvalho como alvo guardam similaridades com a ação de hoje. Enquanto na Falso Coach o advogado de Jair Renan era suspeito de usar CPF falso para comprar armas, a Succedere investigava as "empresas noteiras" —sete empresas de fachada responsáveis pelo fornecimento ilícito de notas fiscais falsas.
A operação de hoje, batizada de Nexum, investiga justamente se Carvalho participa de um grupo que usava um CPF falso para abrir contas bancárias e empresas fantasmas.
Jair Renan é investigado?
O UOL confirmou que, além de Carvalho, Jair Renan é alvo da operação de hoje. Nesta manhã, a polícia cumpriu dois mandados de busca e apreensão em dois endereços ligados ao 04: um em seu apartamento em Balneário Camboriú, Santa Catarina, e outro em um prédio no Sudoeste, área nobre de Brasília.
A operação, que cumpriu ao todo cinco mandados de busca e apreensão e dois de prisão, também investiga se o grupo lavou dinheiro.
O UOL procurou o advogado de Carvalho e a escola de tiro em que ele atua, mas não recebeu resposta até esta publicação ir ao ar.
Advogado de Jair Renan, Admar Gonzaga falou à coluna de Juliana Dal Piva que seu cliente está tranquilo. "Temos que olhar o assunto por dentro porque o alvo é outra pessoa que era instrutor de tiro do Renan. Qualquer um pode ser alvo de falsificação", afirmou o advogado que assumiu o caso nesta quinta-feira. "Renan está tranquilo", completou.
O advogado disse que está viajando para SC para encontrar o filho de Bolsonaro e também pediu acesso aos autos para compreender o que motivou o mandado contra Jair Renan. Segundo Admar Gonzaga, os papeis apreendidos tinham anotações sobre quociente eleitoral da última eleição.
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