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Cid perguntava se poderia vender presentes, diz chefe no Planalto

Mauro Cid ligou para o Gabinete de Documentação Histórica do Planalto para perguntar se poderia vender itens recebidos pela Presidência, mas nunca comunicou a União sobre a venda. A informação é do ex-chefe de gabinete Marcelo Vieira.

O que aconteceu:

Marcelo Vieira diz que recebeu ligações de Cid para tirar dúvidas sobre a venda de presentes recebidos em viagens oficiais. A declaração foi dada à revista veja.

Cid me ligava e perguntava: "Pode vender?". Eu respondia: "Pode, desde que obedeça à lei". O gabinete não emite juízo de valor. A gente só responde aquilo que nos perguntam de acordo com a legislação.

Vieira explica que, em caso de venda, a União tem direito de preferência e deve ser informada. "Os presentes não podem ser alienados para o exterior sem manifestação expressa da União"

Cid nunca comunicou oficialmente sobre a intenção de vender as joias, o que caracteriza uma irregularidade. "Se quiser vender ou mesmo doar algo do acervo privado presidencial, tem de avisar a União".

Segundo Vieira, um relógio "independentemente do valor" é considerado um bem personalíssimo e, em tese, poderia ser vendido. No início do ano, aliados de Bolsonaro fizeram uma operação "resgate" para recuperar um Rolex de diamantes vendido nos EUA e devolver ao TCU.

A PF investiga um esquema de desvio e venda ilegal de presentes recebidos pela gestão Jair Bolsonaro em viagens ao exterior. Marcelo Vieira é um dos investigados.

A investigação também apura se o dinheiro obtido pela venda de joias ia para contas de Bolsonaro ou da ex-primeira-dama Michelle. Em depoimento à PF ontem, Bolsonaro e Michelle optaram por ficar em silêncio.

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