Conteúdo publicado há 9 meses

Secretário de Saúde de SP cancela contrato de empresa própria com governo

A secretaria de Saúde de São Paulo rescindiu um contrato com a empresa MN&D Ribeirão Ltda, que tem como sócio o próprio secretário de Saúde, Eleuses Paiva (PSD).

O que aconteceu

A rescisão foi publicada no Diário Oficial de SP hoje após o vínculo entre a empresa contratada e o secretário ser tema de uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo.

O contrato havia sido assinado em 2016 e renovado em julho de 2023, quando Eleuses Paiva já estava a frente da secretaria. Segundo a Secretaria de Saúde, o valor máximo mensal era de R$ 5.188,78, a depender da produção.

A empresa irá ressarcir em R$ 4.156,55 o Estado de SP devido ao efeito retroativo do cancelamento, que foi até julho. O valor será direcionado ao Fundes (Fundo Estadual da Saúde).

Valor era de R$ 60 mil anuais para a realização de exames de imagens. De acordo com o Estadão, a MN&D presta serviços a São Paulo desde 2016.

Em nota, a Secretaria de Saúde afirmou que Eleuses Paiva "é sócio minoritário da MN&D Ribeirão Ltda, não exercendo qualquer cargo de administração na empresa."

Quem é o secretário de Saúde?

Eleuses Paiva é médico especializado em medicina nuclear pela USP e foi presidente da Associação Médica Brasileira por dois mandatos, de 1999 a 2005.

Ex-vice-prefeito de São José do Rio Preto (SP), ele é um dos nomes indicados pelo grupo político de Gilberto Kassab (PSD).

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O secretário já atuou na Câmara dos Deputados em três legislaturas, duas delas assumindo como suplente.

Empresa de secretário da Educação também foi contratada no governo

A Multilaser, da qual o secretário de Educação de São Paulo, Renato Feder, detém ações, fechou pelo menos três contratos com o governo do Estado enquanto o gestor da pasta já ocupava o cargo.

Feder é sócio da offshore Dragon Gem LLC, dona de 28,16% das ações da Multilaser, como mostrou o UOL em janeiro, mas não está mais à frente da empresa, da qual já foi CEO por 15 anos.

Feder já é investigado na Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo, que investiga o possível conflito de interesses em relação à Educação. As investigações começaram em março, e também há uma apuração do Tribunal de Contas do Estado em curso.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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