Blogueiro acusado de tentativa de explodir bomba no DF é preso no Paraguai
O blogueiro Wellington Macedo de Souza, foragido da Justiça brasileira que participou da tentativa de explosão de uma bomba no aeroporto de Brasília, foi preso hoje (14) em Cidade do Leste, no Paraguai.
O que aconteceu
O ministro da Justiça, Flávio Dino, agradeceu o trabalho da polícia no Paraguai pela "execução de importantes prisões de brasileiros acusados de crimes relativos ao 8 de janeiro e outros atos delituosos, a exemplo da bomba no aeroporto de Brasília", escreveu.
A informação, com detalhes sobre a identidade dos detidos, foi inicialmente divulgada pela GloboNews e confirmada pelo UOL. A reportagem buscou a Polícia Federal que, em nota, afirmou ter prendido "dois brasileiros suspeitos de terem atuado nos atos antidemocráticos do dia 8/1, em Brasília".
"Um dos presos estava foragido pela tentativa de atentado à bomba no aeroporto de Brasília na véspera do Natal passado", afirmou a corporação, sem citar o nome de Wellington Macedo de Souza.
Wellington será entregue ainda nesta quinta-feira à Polícia Federal do Brasil, segundo o canal, na Ponte da Amizade, que liga os dois países na fronteira entre Cidade do Leste e Foz do Iguaçu (PR).
Na ação, também foram presos outros dois brasileiros. Eles foram identificados como Rieny Munhoz Marcula Teixeira, 32, e Maxcione Pitangui de Abreu, 41, segundo a rádio paraguaia Ñandutí. A Polícia Nacional do Paraguai confirmou a prisão de três brasileiros, mas não divulgou as suas identidades.
No início da noite, a PF disse que mais uma brasileira foi presa suspeita de envolvimento nos atos antdemocráticos.
Wellington foi condenado em agosto deste ano pela Justiça do Distrito Federal por ter participado da tentativa de explosão de uma bomba no aeroporto de Brasília, em dezembro de 2022.
O blogueiro foi acusado de expor a integridade física da população mediante uso de explosivo, colocado próximo a um caminhão-tanque estacionado nos arredores do aeroporto e que seguiria para lá.
Agradeço ao trabalho da polícia do Paraguai na execução de importantes prisões de brasileiros acusados de crimes relativos ao 8 de janeiro e outros atos delituosos, a exemplo da bomba no aeroporto de Brasília. E mais uma vez homenageio a nossa Polícia Federal pela eficiência.
-- Flávio Dino (@FlavioDino) September 14, 2023
Ex-assessor de Damares Alves
Wellington trabalhou como assessor da ex-ministra e hoje senadora Damares Alves (Republicanos-DF) de fevereiro a dezembro de 2019, com um salário bruto de R$ 10.373. Em 2021, foi preso após incentivar atos antidemocráticos no 7 de setembro daquele ano, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Damares disse que Wellington fez greve de fome após ser preso naquele ano e que uma equipe dos Direitos Humanos da pasta foi ao local para verificar a sua situação. Mas negou ter ligações com o blogueiro e condenou o episódio envolvendo a bomba.
Eu não tenho ligação com ele. Ele está sendo acusado de uma bomba. É muito sério. Ninguém pode concordar que uma bomba seja colocada numa lugar e coloque vidas em risco.
Senadora Damares Alves (Republicanos-DF)
Wellington ficou preso por 42 dias, foi solto e passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica. No ano passado, ele se candidatou a deputado federal por São Paulo, pelo PTB. Mas não conseguiu se eleger e recebeu apenas 1.118 votos.
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Quero receberEm agosto, o blogueiro tentou se credenciar para a posse do presidente do Paraguai, Santiago Peña, em Assunção, no qual estava presente o presidente Lula.
Segundo a reportagem da Folha de S.Paulo, a entrada do blogueiro na cerimônia foi negada após o governo paraguaio pesquisar os antecedentes criminais dos solicitantes junto ao governo brasileiro. Ele fez o pedido de credenciamento seis dias antes como jornalista independente.
Além de Souza, outros dois acusados de participação na tentativa de explosão foram condenados. O empresário George Washington de Oliveira Sousa, com 9 anos e 4 meses de prisão, e Alan Diego dos Santos Rodrigues, com a pena de 5 anos e 4 meses.
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