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CPI pede quebra de sigilo de assessor de Bolsonaro do 'gabinete do ódio'

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPI dos ataques golpistas de 8 de janeiro, pediu a quebra de sigilo bancário, telefônico e telemático de Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor presidencial de Jair Bolsonaro que foi integrante do 'gabinete do ódio'.

O que aconteceu

Para os sigilos telefônico e telemático, pedido é para a quebra desde 2022. No caso das informações bancárias e fiscais, o requerimento quer ter acesso a dados desde 2020.

As investigações conduzidas por esta Comissão trouxeram elementos de conexão de Tercio Arnaud com pessoa sob investigação desta CPMI e, portanto, é fundamental para o aprofundamento as investigações que seja esclarecido o papel do indivíduo citado com a realização de atos antidemocráticos ocorridos no período ora investigado. Eliziane Gama (PSD-MA), em requerimento

Nas eleições, Tércio foi candidato a suplente da candidatura de Bruno Roberto (PL-PB) ao Senado na Paraíba. Eles obtiveram 231 mil votos e ficaram em quinto lugar.

O UOL tenta contato Tércio Arnaud Tomaz. O espaço segue aberto para manifestação.

Páginas desativadas

Tércio é de Campina Grande, na Paraíba. Foi Carlos Bolsonaro quem o descobriu entre 2013 e 2014. Ele conquistou a proximidade junto ao clã Bolsonaro quando criou a página "Bolsonaro Opressor" no Facebook. Ele a usava para atacar, por meio de memes, os adversários do então deputado federal, além de fazer elogios a Bolsonaro. Também usou a página para atacar a vereadora Marielle Franco.

Com a vitória de Bolsonaro na eleição de 2018, ele também foi um dos primeiros a ser nomeados como assessor especial da Presidência com um salário de R$ 13,6 mil. O agora assessor presidencial não tinha experiência prévia em política. É formado em Biomedicina e trabalhou como recepcionista em um hotel. Depois que foi descoberto pelo "zero dois", foi chamado para ser assessor dos gabinetes a partir de 2017.

Outra página administrada por ele era a "Bolsonaro Opressor 2.0²". Em 2016, ele postou uma imagem da deputada Maria do Rosário caída como se tivesse levado um tiro e do ex-deputado Jean Wyllys, além dos ex-presidentes Lula e Dilma amarrados por camisas de força. Em seguida, escreveu: "Caso Bolsonaro seja presidente...".

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As páginas foram desativadas pelo Facebook muito tempo depois —a "Bolsonaro Opressor 2.0" chegou a ter mais de 1 milhão de seguidores. Em 2020, o Facebook e o Instagram divulgaram um relatório produzido pelo DRFLab que apontou o envolvimento de Tércio em outras páginas de ódio. Além da página "Bolsonaro Opressor 2.0", foi identificado que a conta @bolsonaronewsss, no Instagram, era administrada por Tercio. Ela tinha 492 mil seguidores e mais de 11 mil publicações. Também foi retirada.

A página era anônima, mas as informações de registro permitiram a identificação. No relatório, os pesquisadores apontaram que a conta publicava "conteúdo era enganoso em muitos casos, empregando uma mistura de meias-verdades para chegar a conclusões falsas". Em 2020, a página postou, por exemplo, ataques ao ex-ministro da Justiça Sergio Moro (União Brasil), após a saída dele do governo.

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