Lula cita Marrocos, Líbia e RS e diz que crise climática bate à porta

Em seu discurso hoje na Assembleia Geral da ONU, o presidente Lula (PT) alertou para a crise climática que "bate às nossas portas" e prestou homenagem às vítimas do terremoto no Marrocos e das tempestades que atingiram a Líbia e o Rio Grande do Sul.

O disse Lula?

O presidente iniciou seu discurso homenageando as vítimas dos desastres. "Desejo igualmente expressar minhas condolências às vítimas do terremoto no Marrocos e das tempestades que atingiram a Líbia".

A exemplo do que ocorreu recentemente no estado do Rio Grande do Sul no meu país, essas tragédias ceifam vidas e causam perdas irreparáveis. Nossos pensamentos e orações estão com todas as vítimas e seus familiares.
Lula, na ONU

Mundo vive "turbilhão de crises", disse Lula. Ele citou a pandemia de covid-19 e a insegurança alimentar antes de falar da "crise climática" e insegurança energética "ampliadas por crescentes tensões geopolíticas".

No Brasil, estamos comprometidos a implementar todos os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, de maneira integrada e indivisível.
Lula, na ONU

Crítica aos países ricos

Lula afirmou que os países ricos "cresceram baseados em um modelo com altas taxas de emissões de gases". "Os 10% mais ricos da população mundial são responsáveis por quase a metade de todo o carbono lançado na atmosfera", disse. "A emergência climática torna urgente uma correção de rumos."

Ele lembrou que os países pobres são os mais afetados pela mudança do clima. "Nós, países em desenvolvimento, não queremos repetir esse modelo", afirmou.

Lula aproveitou para citar realizações de seu governo para proteger o meio ambiente. "Estamos na vanguarda da transição energética, e nossa matriz já é uma das mais limpas do mundo", afirmou.

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87% da nossa energia elétrica provem de fontes limpas e renováveis. A geração de energia solar, eólica, biomassa, etanol e biodiesel cresce a cada ano. É enorme o potencial de produção de hidrogênio verde.
Lula, na ONU

"Ao longo dos últimos oito meses, o desmatamento na Amazônia brasileira já foi reduzido em 48%", afirmou. "O mundo inteiro sempre falou da Amazônia. Agora, a Amazônia está falando por si."

Lula voltou a alfinetar os países desenvolvidos. Ele lembrou da realização da Cúpula de Belém, no mês passado, entre os países que compartilham a floresta amazônica e do "diálogo com outros países detentores de florestas tropicais da África e da Ásia".

Queremos chegar à COP 28 em Dubai com uma visão conjunta que reflita, sem qualquer tutela, as prioridades de preservação das bacias Amazônica, do Congo e do Bornéu-Mekong a partir das nossas necessidades.
Lula, na ONU

Mesmo defendendo a independência dos países em desenvolvimento, ele cobrou ajuda financeira dos ricos.

A promessa de destinar US$ 100 bilhões --anualmente-- para os países em desenvolvimento permanece apenas isso, uma promessa.
Hoje esse valor seria insuficiente para uma demanda que já chega à casa dos trilhões de dólares.

Lula, na ONU

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"Sem a mobilização de recursos financeiros e tecnológicos não há como implementar o que decidimos no Acordo de Paris e no Marco Global da Biodiversidade", concluiu.

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