De saída da PGR, Aras chama críticas à sua gestão de 'falsas narrativas'
Em sua última sessão plenária no Supremo Tribunal Federal como procurador-geral da República, Augusto Aras usou o espaço para rebater críticas à sua gestão à frente do Ministério Público Federal. O PGR classificou as falas como "incompreensões" e "falsas narrativas".
Último discurso
Aras deixa a PGR na próxima terça-feira (26), o que torna a sessão de hoje a sua última oportunidade para discursar no plenário do Supremo. O PGR defendeu a sua gestão afirmando que a Procuradoria atuou em diversas frentes e minimizou as críticas recebidas desde que assumiu o posto, em 2019.
"Os desafios dos últimos quatro anos foram adicionalmente cercados por algumas incompreensões de falsas narrativas, dissonantes com o trabalho realizado, documentado e publicizado", afirmou Aras. Leia a íntegra do discurso.
Parte das incompreensões deve ser equivocada à expectativa do Ministério Público protagonizar ou mesmo apoiar projetos partidários. Ao Ministério Público, a Constituição veda a política partidária. Nossa missão não é caminhar pela direita ou pela esquerda.
Augusto Aras, procurador-geral da República
Aras também minimizou as acusações de inação e omissões da PGR durante a pandemia — período em que foi criticado por não investigar as condutas do então presidente Jair Bolsonaro (PL).
Aras afirmou que se trata de "narrativas distorcidas de alguns" e recomendou a leitura de uma obra lançada pelo próprio procurador-geral sobre sua atuação contra a covid-19. "Nada menos que sangue, suor e lágrimas", disse.
Após o discurso de Aras, o ministro Gilmar Mendes, decano do STF, falou em nome do tribunal e disse que o procurador-geral assumiu a PGR em um "período desafiador" da história. Em tom moderado, o magistrado elogiou "a postura de equilíbrio e sensatez" de Aras.
"Sempre defendeu a autocontenção e os limites dessa atuação na implementação de políticas públicas", disse Gilmar.
Sucessão na PGR
Entre os nomes mais cotados para a sucessão de Aras estão o atual vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet, e os subprocuradores Antonio Carlos Bigonha e Mario Bonsaglia, segundo nome mais votado da lista tríplice do Ministério Público Federal.
Gonet tem apoio dos ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, enquanto Bigonha é bem visto por alas do PT - Mario conta com respaldo dos integrantes do MPF.
25 comentários
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Valmir Arantes
O engavetador geral da União será sempre lembrado por não pautar os inúmeros malfeitos do desgoverno Boçalnaro.
Clovis Batista de Melo
Falsas narrativas de um falso PGR... Já vai tarde.
Reinaldo Tadeu Richter Pereira de Carvalho
Aproveitem ... NO MINUTO SEGUINTE QUE ESTA "COISA" SAIR ... A PF o CONVIDA para PRESIDIR UMA CELA NA PRISÃO !!!