Deputada diz que quer obrigar plebiscito sobre privatizações por decreto
Ao avaliar o primeiro dia de paralisação dos trabalhadores dos metrôs e trens da cidade de São Paulo e região metropolitana, a codeputada estadual Monica Seixas (PSOL-SP) defendeu no UOL News a participação da população no debate sobre um eventual projeto de privatização do transporte sobre trilhos e do serviço de distribuição de água no estado, por meio de plebiscito.
Já deu pra ver que o governador não é do diálogo, não quer escutar o povo, aliás ele ignora as demandas da população. O que a gente vai tentar é aprovar com medida de decreto legislativo, com um terço da Assembleia, obrigar o plebiscito por decreto porque a gente não tem mais esperança no Tarcísio. Monica Seixas, codeputada estadual (PSOL-SP)
Monica argumenta ainda que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) é quem antecipa a pauta eleitoral ao afirmar que a greve dos metroviários, ferroviários e funcionários da Sabesp tem motivação política.
Greve são essencialmente políticas, sempre foram, todas as greves são políticas. Inclusive a última e a maior greve da história, que reuniu 180 milhões de pessoas na Índia, contra as privatizações, são políticas porque são trabalhadores e trabalhadoras pautando o governo sobre direitos. Mas essa greve está tomando uma conotação eleitoral, dada pelo governo Tarcísio Monica Seixas, codeputada estadual (PSOL-SP)
Para a deputada, Tarcísio calcula mal ao priorizar um projeto de privatização de serviços públicos na capital paulista, onde o governador foi derrotado por Fernando Haddad nas urnas.
A capital hoje em peso está se manifestando em todas as redes de noticiários, é só ler os comentários, ir para as ruas e conversar com a população. Desafio o governador Tarcísio ir agora na estação de Osasco, Marechal, ou nas estações públicas em que as pessoas estão esperando o final da greve, para conversar com as pessoas sobre a opinião delas sobre a privatização do transporte sobre trilhos.
Carla: Tarcísio usa greve em SP para fazer política com problema estrutural
A colunista do UOL Carla Araújo critica a postura do governador Tarcísio de Freitas, que, em sua opinião, se defende das críticas sobre o transporte público, uma questão estrutural para a cidade, colocando o discurso da política como entrave para resoluções de interesse coletivo.
Quando você está em uma discussão de greve, tentando negociar com os grevistas e você já se coloca em uma postura de 'isso aí é política', 'estão querendo misturar política'. Ele Mistura política com uma questão que é fundamental, estrutural para a cidade. Uma cidade como São Paulo, que como se diz é a locomotiva do país, que se movimenta muitos recursos, o transporte é um direito da população. E é uma questão que está sempre nas eleições. A gente está em um momento que não dá para colocar política antes de conseguir permitir que as pessoas possam ter esse direito de ir e vir
A jornalista pondera também que, ao assumir uma postura de conflito ideológico com os grevistas, Tarcísio deixa de assumir as atribuições de governo na mesa de negociação e coloca os direitos da população em segundo plano.
Não dá para a figura máxima do poder assumir uma postura de 'olha, essa greve é política e assim eu não converso'. Não pode cruzar os braços em relação a isso. É um momento político, tem questões políticas por trás, então vamos chamar o adulto na sala, vamos colocar a discussão de uma forma melhor. Porque o principal objetivo nesse momento é que essa greve acabe e que as pessoas possam voltar a circular com menos transtornos possíveis na cidade
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