Conteúdo publicado há 11 meses

Deputado aciona PGR após reunião com mulher de líder do CV em ministério

O deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) acionou a Procuradoria-Geral da República pedindo uma investigação ao Ministério da Justiça após o jornal O Estado de S.Paulo revelar que a esposa de um líder do Comando Vermelho participou de reuniões com secretários da pasta.

O que aconteceu:

O parlamentar informou sobre o pedido nas redes sociais, e solicitou uma investigação "rigorosa": "É crucial assegurar a responsabilização, a transparência e a preservação da confiança da população nas instituições democráticas do país, mormente no órgão máximo responsável por promover a segurança pública", diz.

O órgão confirmou o recebimento do ofício e disse que o documento "está em análise pelo setor de protocolo da Procuradoria-geral da República".

Reuniões e audiências em Brasília

Luciane Barbosa Farias, conhecida como dama do tráfico amazonense, esteve em audiências no prédio do Ministério da Justiça, em Brasília. Ela é casada com Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, apontado como um dos líderes do Comando Vermelho.

Nas redes sociais, Luciane compartilhou várias fotos e vídeos em Brasília. Ela já esteve no CNJ (Conselho Nacional de Justiça), na Câmara dos Deputados e em encontro com políticos.

O Ministério da Justiça admitiu ao Estadão que Luciane foi recebida por secretários, mas ressaltou que ela integrava uma comitiva de advogados. "A presença de acompanhantes é de responsabilidade exclusiva da entidade requerente e das advogadas que se apresentaram como suas dirigentes".

Luciane esteve no Ministério da Justiça como presidente da ILA (Associação Instituto Liberdade do Amazonas). A Polícia Civil do AM diz que a ONG atua em prol dos presos ligados ao Comando Vermelho e é financiada com dinheiro do tráfico.

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Em 19 de março, Luciane esteve com Elias Vaz, secretário nacional de Assuntos Legislativos. Em 2 de maio, ela se encontrou com Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais.

O Estadão procurou o Instituto Liberdade do Amazonas, mas não conseguiu retorno. A advogada de Luciane, Cristiane Gama Guimarães Generoso, diz que não fala sobre processos de seus clientes. "Que absurdo é esse?", respondeu sobre a acusação do MP sobre Luciane.

Já o Ministério da Justiça diz que seria "impossível" a detecção prévia da situação de Luciane. Leia na íntegra:

"No dia 16 de março, a Secretaria de Assuntos Legislativos (SAL) atendeu solicitação de agenda da Anacrim (Associação Nacional da Advocacia Criminal), com a presença de várias advogadas.

A cidadã mencionada no pedido de nota não foi a requerente da audiência, e sim uma entidade de advogados. A presença de acompanhantes é de responsabilidade exclusiva da entidade requerente e das advogadas que se apresentaram como suas dirigentes.

Por não se tratar de assunto da pasta, a Anacrim, que solicitou a agenda, foi orientada a pedir reunião na Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).

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A agenda na Senappen e da Anacrim aconteceu no dia 2 de maio, quando foram apresentadas reivindicações da Anacrim.

Não houve qualquer outro andamento do tema.

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