Lira ironiza pasta de Marina em votação que pode beneficiar termelétricas
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ironizou o Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática, chefiado por Marina Silva, ontem durante a votação do projeto que cria o marco legal da energia eólica em alto-mar.
O que aconteceu
Relator do projeto, deputado Zé Vitor (PL-MG) incluiu de última hora no projeto uma emenda que concede um benefício a usinas termelétricas, movidas a carvão mineral.
O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) questionou a medida. "O Ministério do Meio Ambiente é completamente contrário a essa aprovação", disse.
"Não sei se isso ajuda ou atrapalha", respondeu o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e ouviu risos e aplausos dos colegas.
Glauber Braga apontou descaso. "Se a posição do Ministério do Meio Ambiente não interessa em nada os parlamentares que estão aqui presentes, só tenho a lamentar."
Projeto da 'agenda verde' estende contrato de termelétricas
O marco legal da energia eólica em alto-mar faz parte da chamada "agenda verde", encampada por Lira. Ele pautou ontem matérias ligadas ao meio ambiente para apresentá-las durante a COP28, que começa hoje.
Proposta estende contrato de usinas movidas a carvão no sul do país até 2050. "Não são novas térmicas, já estão em operação e, em um período curto, terão os contratos vencidos. Não estamos criando subsídio ou oportunidade para novas térmicas se instalarem no Brasil", defendeu Zé Vitor ontem em plenário. "Não estamos estimulando. O sistema está em transição e é necessário ainda que esteja equilibrado, socialmente e também economicamente".
Estimativas do setor elétrico apontam que medida pode gerar custo extra de R$ 5 bilhões por ano. Valor seria rateado na conta de luz, segundo estudo da Abrace Energia.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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