Senadores tentam última cartada para dividir sabatina, mas Alcolumbre barra

Senadores da oposição tentaram dar uma "última cartada" para dividir a sabatina de Flávio Dino e Paulo Gonet hoje (13) na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. O presidente do colegiado, Davi Alcolumbre (União-AP), barrou a iniciativa, mas mudou o modelo das perguntas.

O que aconteceu

Logo na abertura da sessão, Alessandro Vieira (MDB-SE) pediu que as sabatinas de Dino e Gonet fossem divididas em duas sessões, em vez de serem feitas conjuntamente. Segundo Vieira, o modelo não garante o tempo adequado para os parlamentares fazerem perguntas pertinentes nem os sabatinados darem respostas satisfatórias.

Não há por que submeter essa Casa, essa comissão e os indicados a um rebaixamento de uma sabatina mal feita.
Senador Alessandro Vieira (MDB-SE)

Vieira foi apoiado por parlamentares da oposição, que viram na proposta uma oportunidade de ter uma sabatina única para Flávio Dino.

A indicação do ministro da Justiça ao Supremo é criticada entre os parlamentares bolsonaristas. Eles veem na sabatina conjunta uma tentativa de blindar Dino de perguntas incômodas.

O Senado tem certas inovações que são positivas, mas essa inovação aqui de supetão que foi anunciada, que eu nunca tinha visto, e alguns colegas disseram que nem nas legislaturas anteriores, é uma inovação antidemocrática.
Eduardo Girão (Novo-CE)

Alcolumbre mantém sabatina conjunta, mas muda formato de perguntas

Alcolumbre disse que não reconheceria a questão de ordem e que a proposta da sabatina conjunta faz parte de um "esforço concentrado" feito pelo presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para agilizar a indicação de autoridades.

"Também uma ponderação desta presidência é que, quando se demora para deliberar ou para tramitar uma indicação de autoridade, a cobrança é feita em cima da presidência. Eu vivi isso no governo passado", disse Alcolumbre.

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Vieira criticou o presidente da CCJ, afirmando que ele estava promovendo uma "gambiarra", mas Alcolumbre manteve a sabatina conjunta e disse que, ao invés de perguntas em bloco, os senadores poderão falar individualmente.

Neste modelo, um senador tem dez minutos para perguntar a um dos dois indicados, ou usar cinco minutos para questionar Dino e outros cinco, para Gonet. Alcolumbre, porém, ironizou dizendo que algumas sabatinas que adotaram esse modelo terminaram tarde da noite —mesmo assim, disse que seguiriam o formato.

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