Gonet concorda com Moraes e defende manter ação contra Jefferson no STF
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, concordou com a decisão do ministro Alexandre de Moraes e defendeu que a ação contra o ex-deputado federal Roberto Jefferson continue tramitando no STF.
O que aconteceu
PGR disse que "não restam dúvidas" da ligação direta entre Jefferson e os atos golpistas de 8 de janeiro. Como Jefferson não ocupa mais nenhum cargo público, a defesa dele quer que ele seja julgado pela Justiça comum. Moraes, porém, defende que o caso continue tramitando no STF, por estar relacionado a outras investigações analisadas pela Corte.
Gonet concordou com Moraes, e disse que ações de Jefferson podem ser vistas como "elo relevante nessa engrenagem que resultou nos atos violentos de 8 de janeiro". "Há motivos bastantes [...] para que seja estabelecida a competência do STF para o processamento e julgamento do feito", escreveu ele em manifestação assinada ontem.
Defesa de Jefferson disse ver decisão "com surpresa", já que o cliente está preso "desde antes do segundo turno das eleições de 2022". Os advogados João Pedro Barreto e Juliana França David disseram, em nota, esperar que o caso seja processado e julgado pelo "Juízo verdadeiramente competente".
Roberto Jefferson é réu por incitação ao crime, calúnia, homofobia e tentativa de homicídio contra quatro policiais. No ano passado, Jefferson estava em prisão domiciliar e devia cumprir uma série de medidas cautelares, como não dar entrevistas, não usar redes sociais ou receber visitas.
Indo contra as determinações, Jefferson publicou um vídeo xingando a ministra do STF Cármen Lúcia. Moraes decidiu, então, que o ex-deputado fosse levado de volta à prisão em outubro do ano passado.
Ex-deputado atirou 60 vezes na direção de policiais que foram à casa dele cumprir a ordem da Justiça, além de lançar três granadas de luz e som —uma delas adulterada com pregos. Dois agentes foram feridos por estilhaços. Em dezembro de 2022, ele virou réu por tentativa de homicídio.
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