Flávio diz a jornal que operação contra o irmão Carlos é 'cinematográfica'
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que a operação da PF contra o irmão, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), é "cinematográfica". A declaração foi à coluna de Bela Megale, em O Globo.
O que aconteceu
Flávio disse que a operação é "uma pescaria ilegal". "O que a PF está fazendo é uma pescaria ilegal, que não é permitida pela nossa Constituição e nem pela nossa legislação", disse Flávio.
A família soube da busca e apreensão quando estava em uma pescaria, segundo o senador. "A gente saiu para pescar cedo, às 5h30. Fomos para uma ilha distante para fazer um mergulho, eu estava dentro da água quando meu pai me chamou e disse: 'Sai, que está tendo busca e apreensão na casa do Carlos'. Foi só o tempo da gente arrumar as coisas e voltar. Só que meu pai voltou para casa e eu vim direto para o local onde tínhamos um almoço", disse ao Globo.
É uma operação cinematográfica para fazer a busca e apreensão de um aparelho telefônico. Até helicóptero pousou aqui na vila. Teve uma aglomeração na frente da casa do meu pai para apoiá-lo. É isso que o Alexandre [de Moraes] está arrumando
Flávio Bolsonaro
A PF fez buscas numa casa em Angra dos Reis (RJ) onde estão Carlos, os irmãos Eduardo e Flávio e Jair Bolsonaro. Também houve busca e apreensão na casa de Carlos e no seu gabinete na Câmara Municipal do Rio.
Outro alvo é Giancarlo Gomes Rodrigues, ex-assessor da Abin. A PF encontrou e apreendeu 10 celulares na casa do militar.
A PF investiga se aliados de Bolsonaro na Abin usaram, de forma indevida, outras ferramentas de espionagem, além do First Mile. O software permite o monitoramento de geolocalização de celulares em tempo real. Segundo a PF, o então diretor da agência, Alexandre Ramagem, teria utilizado sua posição para "incentivar e encobrir" o uso de um programa espião.
Os investigadores suspeitam que Ramagem utilizou da estrutura da Abin para tentar fazer provas em defesa de Flávio e Jair Renan Bolsonaro, filhos do ex-presidente, e espionar adversários políticos do ex-mandatário, como Joice Hasselmann e Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara.
A Abin teria sido instrumentalizada para monitoramento da promotora de Justiça responsável pelo caso da vereadora Marielle Franco. Em decisão que autorizou buscas contra Ramagem, o ministro Alexandre de Moraes classificou a postura do ex-diretor da Abin como de "natureza gravíssima".
O First Mile é um programa adquirido pela Abin que permite ao usuário rastrear dados de geolocalização de qualquer pessoa. A ferramenta permite o rastreio de até 10 mil pessoas por ano.
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