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Bolsonaro diz a Moraes que minuta foi impressa por problema de visão

A defesa de Jair Bolsonaro (PL) enviou documento ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), nesta sexta-feira (9), em que cita um problema de visão do ex-presidente para justificar a impressão de uma minuta de decreto que buscava implantar um golpe de Estado.

O que aconteceu

Os advogados escreveram que Bolsonaro "não tem o costume de fazer a leitura de textos no próprio telefone". "Certamente em razão das dimensões limitadas da tela e a necessidade hodierna [atual] de uso de lentes corretivas, razão porque pediu à sua assessoria a impressão do documento em papel".

O conteúdo do documento enviado a Moraes já estava presente em uma nota divulgada pela defesa à imprensa na quinta-feira (8).

A defesa ainda diz que o ex-presidente não descartou os dois documentos contendo o suposto plano golpista porque não cogitou a possibilidade de busca e apreensão.

Os advogados anexaram ao documento dois prints de uma troca de mensagens em que mostra os documentos sendo enviados por eles a Bolsonaro em 18 de outubro do ano passado. O ex-presidente desconheceria as minutas e teria solicitado os textos após a repercussão na imprensa.

A defesa reforça no documento enviado a Moraes que Bolsonaro não participou da produção das minutas. "Delas tendo tomado conhecimento da existência só e somente por conta da apreensão do telefone de Mauro Cid e a partir do acesso que lhe foi legalmente oportunizado por seu advogado".

PF: Bolsonaro pediu e aprovou alterações em minuta

O ex-presidente Jair Bolsonaro pediu e aprovou alterações na minuta de decreto que buscava implementar um golpe de Estado, aponta investigação da Polícia Federal.

Bolsonaro recebeu cópia da minuta. De acordo com a PF, as provas colhidas até o momento apontam que Bolsonaro recebeu o material de Filipe Martins, então assessor do presidente, e Amauri Saad, advogado apontado como autor do texto. As informações estão na decisão de Moraes, que autorizou prisões e buscas contra ex-ministros e integrantes do núcleo duro do ex-mandatário.

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Segundo a PF, a minuta detalhava supostas interferências do Judiciário e decretava a prisão de diversas autoridades. As figuras presas seriam os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). No fim, seriam determinadas novas eleições.

Com o documento refeito em mãos, Bolsonaro aprovou as mudanças. Depois disso, o ex-presidente convocou uma reunião com representantes das Forças Armadas: almirante Almir Garnier Santos, então comandante da Marinha, general Freire Gomes, do Exército, e o brigadeiro Batista Júnior, da Aeronáutica.

Os encontros teriam ocorrido em novembro de 2022, após as eleições daquele ano, na sede de campanha do PL. De acordo com a PF, Martins teria feito as alterações pedidas por Bolsonaro e retornou com o documento dias depois ao Palácio do Alvorada.

O UOL também noticiou que a PF A Polícia Federal encontrou um documento que anuncia a decretação de um estado de sítio no país. Apócrifo e sem assinatura, o documento estava na sede do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, em Brasília.

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