Reunião entre Lula e Lira tenta selar paz e desenrolar emendas da Saúde

Em reunião no Palácio do Alvorada, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente Lula (PT) conversaram na sexta (9) para desenrolar o pagamento das emendas do Ministério da Saúde, alvo de críticas do deputado alagoano e de aliados.

O que aconteceu

O UOL apurou que ocorrerá uma reunião entre os técnicos da Câmara e da Saúde para alinhar os critérios e a lista de desembolso desses recursos. A ministra da pasta, Nísia Trindade, voltou a ser criticada pelos líderes do centrão, mas fica mantida no cargo.

Além disso, o Palácio do Planalto negocia com as bancadas o veto de R$ 5,6 bilhões no montante das emendas de comissão. Deputados defendem a derrubada do veto, enquanto o governo barganha uma recomposição parcial dos valores.

Lula precisou entrar em campo após Lira reclamar publicamente do governo. Na abertura do ano legislativo, o presidente da Câmara acusou o Executivo de não cumprir acordos e cobrou respeito.

O petista ainda disse a Lira para que ele continuasse tratando com o ministro da Casa Civil, Rui Costa. O deputado alagoano não tem poupado críticas ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável por fazer essa intermediação.

Aliados de Padilha negam que o ministro tenha sido "isolado". Mesmo com as queixas de Lira, afirmam que Padilha não se recusa a conversar com o presidente da Câmara.

Caciques do centrão, no entanto, defendem a demissão do ministro. Lula já sinalizou que não cederá à pressão, mesmo que os líderes travem a pauta na Câmara.

A primeira prova de fogo será nas negociações pelas presidências nas comissões. O PL, bancada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quer emplacar a bolsonarista Caroline de Toni (SC) na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), uma das mais prestigiadas no Congresso. Lira teria pedido um nome do "PL raiz", em aceno ao governo Lula.

Além disso, o Congresso se debruçará sobre o tema da reoneração da folha de pagamento para 17 setores. Durante o recesso, governistas e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniram com a cúpula do Congresso para tentar um acordo, mas ainda não está totalmente fechado como esse tema avançará.

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Como foi a fala de Lira no Congresso

Lira cobrou "respeito" e "compromisso" do governo. Ele tem criticado Padilha publicamente por ele supostamente não cumprir acordos negociados para a aprovação de propostas no Congresso.

[O destino de emendas] Não é nem pode ser de autoria exclusiva do Poder Executivo. Muito menos de uma burocracia técnica que, apesar do seu preparo, não foi eleita para escolher prioridades da nação e não gasta sola do sapato percorrendo pequenos municípios brasileiros, como nós, parlamentares.
Arthur Lira (PP-AL), em seu discurso

Lira afirmou ainda que os deputados não foram eleitos para ser "carimbadores" e que "o Orçamento é de todos os brasileiros". A crítica vem em meio à disputa com o governo pelo valor integral de R$ 16,6 bilhões para emendas de comissão.

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