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Sakamoto: Lula terá que falar menos de guerra e mais sobre a vida no Brasil

O presidente Lula (PT) terá que falar menos de guerra e mais sobre a qualidade de vida no Brasil para ver sua popularidade aumentar novamente, afirmou o colunista do UOL Leonardo Sakamoto durante o UOL News desta sexta-feira (8). A avaliação positiva do governo ficou em 33%, segundo pesquisa Ipec.

Isso pegou pesado no Planalto. Era esperado com outras pesquisas que já estavam apontando esses números, essa queda na popularidade, mas é claro que quando você pega tanto a pesquisa Ipec que é sucessora da Ibope e a Datafolha, que são pesquisas mais tradicionais, isso acaba sendo mais debatido lá dentro. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Há uma perda de popularidade do presidente e tem fatores conjunturais e estruturais. Fatores conjunturais são inclusive declarações do Lula em relação a Israel que foram bem aproveitadas pela oposição e bolsonarismo por conta da guerra contra o Hamas, e isso acaba atingindo a população evangélica. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Para Leonardo Sakamoto, o motivo principal da queda da popularidade do governo Lula é a economia.

Como eu já tinha falado antes, na minha avaliação, a principal razão [da queda de popularidade] é econômica. A população não come reforma tributária, arcabouço fiscal, centro da meta de inflação ou teto de meta. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

A população come a batata inglesa que aumentou, a cenoura que aumentou também. A carne também come, mas essa caiu. O que acontece é o seguinte: a popularidade do Lula vinha mantendo-se bem até agosto do ano passado depois começa a piorar quando a expectativa de melhora não se encontra exatamente com a melhora. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Sakamoto reconhece que houve melhora, contudo ela não acompanha a sensação prática na qualidade de vida, como foi nos governos Lula de 2003 a 2010. Ele lembra a alta inflação e, consequentemente, preços elevados herdados do governo de Jair Bolsonaro (PL).

A melhora aconteceu, a economia melhorou. A inflação ano passado registrou 4,62% ficando dentro da banda de meta, primeira vez em dois anos. Mas tivemos uma inflação muito grande em 2022: 5,79%, depois mais de 10% em 2021. A inflação entra nos eixos, o juro começa a cair ainda lentamente, o desemprego cai, a renda média sobe. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Você tem melhoras, mas essas melhoras no ponto geral não produzem aquela percepção de melhora na qualidade de vida que o Lula teve nos seus governos 1 e 2, principalmente naquele momento de crescimento das commodities e tudo mais. O crescimento e o sentimento de melhora fica em disputa entre a oposição e o governo. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

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A economia melhora, indicadores melhoram, mas não é suficiente para ser aquela coisa extremamente vistosa. Outra coisa que atrapalha é que o fato de a inflação ter subido nos anos do Bolsonaro, os preços dos alimentos estão lá em cima ainda. Mesmo com aumento de renda, salário mínimo acima da inflação que o Lula fez e queda de desemprego, o custo de vida ainda está alto. É uma coisa muito semelhante ao que está vivendo o Joe Biden nos EUA que também herdou uma inflação alta [de Trump]. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

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