Conteúdo publicado há 9 meses

Bolsonaro pediu conselho à AGU para contestar eleições, diz ex-chefe da FAB

O então presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu orientação à AGU (Advocacia-Geral da União) para contestar a vitória de Lula (PT) nas eleições 2022. A informação está no depoimento à PF (Polícia Federal) do tenente-brigadeiro do ar Carlos Almeida Baptista Júnior, então comandante da Aeronáutica.

O que aconteceu

Bolsonaro teria reunido o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, os comandantes das Forças Armadas e o então advogado-geral da União, Bruno Bianco, em 1º de novembro de 2022.

Todos os presentes afirmaram ao então presidente que "não tinha ocorrido fraudes nas eleições", segundo o depoimento. Eles teriam dito que "todos os testes realizados não constataram qualquer irregularidade e que era preciso reconhecer o resultado das eleições, com o objetivo de acalmar o país".

O ex-presidente, então, teria perguntado ao advogado-geral "se haveria algum ato que se poderia fazer contra o resultado das eleições". Bruno Bianco respondeu, ainda segundo o ex-comandante da Aeronáutica, que as eleições "transcorreram de forma legal, dentro dos aspectos jurídicos". Também disse que "não haveria alternativa jurídica para contestar o resultado das eleições".

Baptista Júnior afirmou à PF que, diante da conversa, achou que "o ambiente estava controlado" e Bolsonaro não tentaria reverter o resultado.

Prisão de Bolsonaro

Exército prenderia ex-presidente. O ex-comandante da Aeronáutica ainda afirmou à PF que o ex-comandante do Exército Freire Gomes chegou a avisar que prenderia Bolsonaro caso ele tentasse colocar em prática um golpe.

Baptista Júnior também disse que, se Freire Gomes tivesse concordado, um golpe teria sido consumado para impedir a posse de Lula (PT).

Nos depoimentos à PF, os ex-comandantes da FAB e do Exército negam participação na trama. Segundo eles, o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e o ex-chefe da Marinha Almir Garnier Santos teriam apoiado o plano de golpe.

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