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Governo desmente deputado que chamou Lula de 'presidengue' em sessão em PE

O Ministério da Saúde desmentiu uma declaração feita pelo deputado estadual Coronel Alberto Feitosa (PL-PE), que levou um boneco do mosquito da dengue, o Aedes aegypti, com o rosto do presidente Lula (PT) para a Câmara Legislativa de Pernambuco.

O que aconteceu

Pasta apontou que declaração do deputado é falsa. Na fala, o político disse que a doença mata mais de 25 mil brasileiros por dia. "Ao contrário do que foi mencionado por um parlamentar ontem, de acordo com o último informe diário de dengue, de 21 de março, o Brasil registrou 682 óbitos em 2024, uma taxa de letalidade de 0,03%", escreveu no X (antigo Twitter) nesta sexta-feira (22). A pasta não citou o nome do político na nota divulgada nesta sexta-feira (22).

Ministério disse que disponibiliza recursos para estados e municípios. O texto ressalta que a pasta e o Governo Federal compraram todas as doses disponíveis de vacina e que elas estão disponíveis ao público selecionado, acrescentando que realiza um "intenso" trabalho para prevenção e controle do mosquito.

"Proteja sua saúde! Não compartilhe desinformação!", escreveu a pasta. O ministério ainda alertou a população a ficar atenta aos sinais e procurar assistência médica caso apresente algum sintoma ligado à doença, como febre, dores atrás dos olhos ou no corpo, náuseas e manchas na pele.

O que o político disse?

Lula é "a cara da dengue no Brasil", afirmou deputado. Feitosa trouxe ao plenário um boneco de um mosquito da dengue com o rosto do petista, e afirmou que o presidente estaria "abandonando os prefeitos e governadores" no combate à doença.

Apesar da fala, as prefeituras são responsáveis por fiscalização de focos. No início de fevereiro, o Ministério da Saúde repassou R$ 256 milhões para prefeituras combaterem a doença. Segundo o órgão, todos os estados estão abastecidos com os insumos necessários. Além disso, no ano passado, 12 mil profissionais de saúde foram instruídos a enfrentar a doença.

Brasil bateu recorde de casos

O Brasil já registrou mais de 2 milhões de casos prováveis de dengue em 2024 e bateu o recorde do maior número de contaminações pela doença em um ano.

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A taxa registrada nas primeiras 11 semanas do ano é inédita. Dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde, atualizados nesta segunda-feira (18), indicam que esse é o maior número desde o início da série histórica, em 2000.

Para efeito de comparação, no mesmo período do ano passado, o Brasil tinha 400.197 casos. O recorde anterior de casos prováveis ocorreu em 2015, com 1.688.688 (ao longo de todo o ano). Em 2023, total anual de casos foi de 1.658.816. Os dados são do Ministério da Saúde, por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação.

O país também registrou 561 mortes pela doença. Os dados são desde o início de janeiro até a quinta-feira (21). Além disso, 1.020 óbitos estão em investigação. O recorde de mortes por dengue foi registrado em 2023, quando o governo federal confirmou 1.094 óbitos ao longo de todo o ano.

Dez unidades da Federação já decretaram emergência em saúde pública por causa do aumento de casos de dengue. São eles: Acre, Paraná, Distrito Federal, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. De acordo com levantamento do Ministério da Saúde, há ainda 288 decretos municipais — a maioria em Minas Gerais.

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