Conteúdo publicado há 8 meses

Após polêmica, Michelle Bolsonaro recebe homenagem no Theatro Municipal

A ex-primeira-dama e presidente do PL Mulher, Michelle Bolsonaro, recebeu o título de cidadã paulistana na noite desta segunda-feira (25) no Theatro Municipal, no centro da cidade de São Paulo.

O que aconteceu

Evento ocorreu mesmo após polêmicas e decisão da Justiça de São Paulo para proibir a entrega do título no local. O vereador Rinaldi Digilio (União-SP), autor do projeto que concedeu o título, disse que pediu um empréstimo bancário de R$ 100 mil para custear o aluguel do Theatro Municipal da cidade para não cancelar a cerimônia. No evento, ele reforçou que não houve descumprimento no uso do espaço, já que agora estaria pagando.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), ficaram no palco com Michelle. Bolsonaro chegou a ser ovacionado pela plateia com os gritos de "Mito". A esposa do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), Cristiane, Digilio e os vereadores coautores do projeto, Fernando Holiday (PL) e Rubinho Nunes (União), e o presidente da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), André do Prado (PL), também estavam no palco.

"Melhor primeira-dama do Brasil, melhor e mais bonita", disse Bolsonaro. Em discurso antes da esposa, o ex-presidente disse que "passamos por momentos difíceis, e não foram poucos, e continuamos passando", mas acrescentou que a "família é a base da sociedade". A fala ocorre no mesmo dia em que imagens do político na Embaixada da Hungria serem publicadas pelo jornal "The New York Times".

A cerimônia estava programada para iniciar às 18h, mas começou por volta das 19h41 (horário de Brasília). Uma grande fila se formou na porta do Theatro com os convidados. A Banda Sinfônica da Polícia Militar de São Paulo foi responsável por tocar o Hino Nacional.

Michelle destacou 'vocação' e voluntariado em discurso

Nascida em Ceilândia, no Distrito Federal, Michelle disse que receber honraria em SP aumenta sua responsabilidade "diante do povo". Citando seu passado, a presidente do PL Mulher destacou, em discurso, sua "vocação" para o voluntariado. Ela falou sobre projetos para ajudar as pessoas e os trabalhos realizados por ela como primeira-dama.

"Para você ver como nós sofremos perseguições, como eles [esquerda] distorciam as nossas falas e como sempre tentaram assassinar a nossa reputação", disse. Ela acrescentou que não esperava que o marido ganhasse às eleições e relembrou que Bolsonaro foi atacado durante o período eleitoral, afirmando que orou para conseguir ajudar às pessoas, caso ele fosse eleito.

"Brasil voltará a ser governado por pessoas de bem", acrescentou, após acusar o governo Lula (PT) de descontinuar as ações de voluntariado feitas por ela durante a gestão Bolsonaro. Michelle chegou a secar as lágrimas com um lenço por várias vezes durante o evento. "Eu seguirei trabalhando e cumprindo o meu propósito", declarou.

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Em discurso, ela também lembrou de fala feita mais cedo, em evento do PL, que contou com presença do governador Tarcísio de Freitas. "Vem você para o PL também", declarou.

Após discurso, Michelle pediu oração de Digilio, que também é pastor. "Já que você alugou, o espaço é de direito seu", disse a ex-primeira-dama.

Michelle Bolsonaro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB)
Michelle Bolsonaro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) Imagem: Gabriel Silva/Ato Press/Folhapress

Autor de projeto falou em perseguição; Nunes elogia Michelle

Digilio chegou a falar em "perseguição" por decisão judicial. O político reforçou o empréstimo que fez, alegou que conversou com a esposa, que estava no evento, para realizar o financiamento, e citou que colocou seus bens pessoais como garantia para o banco.

Autor do projeto também criticou o PSOL, responsável pelas ações na Justiça de São Paulo contra o evento. O pastor argumentou que fez o empréstimo porque não poderia deixar a cidade de São Paulo passar a "vergonha" em não realizar o evento. A cerimônia foi transmitida pelo canal do YouTube da Câmara Municipal de São Paulo.

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Já o prefeito da cidade disse, em discurso, que a "homenagem para Michelle nos deixa muito felizes". Na concepção do político, que deve contar com o apoio de Bolsonaro na campanha à reeleição, a cidade de São Paulo "precisava" tornar Michelle cidadã paulistana.

Homenagear Michelle é fazer uma homenagem principalmente à sensibilidade da mulher. É fazer uma homenagem aquela que esteve e está ao lado do seu marido em todos os momentos, difíceis, de alegria, compartilhando a posse com exemplo para o Brasil e para o mundo com a transcrição do seu discurso em libras [na posse].
Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo

Deputada diz que entrará com processo

Ainda durante o evento, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) disse que entrará com processo criminal. A ação, segundo a parlamentar, será contra o prefeito Ricardo Nunes, Digilio e o diretor da Fundação Theatro Municipal por desobediência da decisão judicial e improbidade administrativa. Erika acusa o trio de descumprir decisão judicial e as normas administrativas do próprio espaço, que exige inscrição prévia de 20 a 40 dias antes da realização de cerimônia no local.

"Nunes quer transformar a cidade num vale tudo como Bolsonaro fez com o Brasil", escreveu.

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Concessão do título

O projeto para concessão do título à Michelle foi proposto em 2020, ainda durante a gestão Bolsonaro. O texto foi aprovado em novembro de 2023 por 37 votos a favor e 18 contra a homenagem.

Na época, a ex-primeira-dama comemorou a decisão da Câmara Municipal. "Os representantes da extrema-esquerda na Casa tinham a meta de impedir esse título, mas os nossos vereadores se guiam pela verdade e pela justiça e, assim, dobraram a meta e venceram com mais do dobro dos votos!", escreveu.

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