Tales: Tarcísio e Derrite deviam estagiar na PF; em SP, prisão teria mortos
O colunista Tales Faria disse no UOL News desta quinta (4) que o trabalho de inteligência do Ministério da Justiça e da Polícia Federal para capturar os dois fugitivos da penitenciária de segurança máxima de Mossoró (RN) deveria servir de exemplo para o governo do estado de São Paulo.
Vale a pena chamar o secretário de Segurança de São Paulo, Guilherme Derrite, e o governador Tarcísio [de Freitas] para um estágio com [Ricardo] Lewandowski (ministro da Justiça) e a Polícia Federal, que conseguiram capturar [os fugitivos] sem soltar um tiro, ninguém foi morto. Se fosse a polícia de São Paulo, as operações teriam vários mortos e feridos. Tales Faria, colunista do UOL
Tales se referiu à Operação Verão, que terminou depois de 105 dias na Baixada Santista com um saldo de 56 mortos e vários feridos. Ao anunciar o fim da operação anteontem, Derrite falou "que nem sabia que eram 56".
O colunista ressaltou ainda que a captura dos dois presidiários mostra como o crime organizado está absolutamente espalhado no país. A dupla foi presa depois de 50 dias de buscas e a 1.600 km de Mossoró. Tales cobrou ainda explicações de como se deu a fuga.
Saíram da caatinga do Nordeste e foram pra perto da região amazônica. O crime organizado gosta muito dessa região de selva. Eles entram no garimpo e está difícil controlar. Comunidades indígenas estão contaminados por mercúrio, porque garimpeiros hoje são ligados ao crime organizado, inclusive de países vizinhos. Está espalhado e penetrando na Amazônia, cada vez mais. O Nordeste está todo tomado. Não sei como vamos sair dessa situação. Tales Faria, colunista do UOL
Outra questão que deve ser explicada é como fugiram. Estavam com fuzil pesado e total apoio do Comando Vermelho. Achava que eram bagrinhos, mas é estranho bagrinhos terem tanto apoio do crime organizado pra fuga deles. Acho que a facção queria fazer o governo passar vergonha e acabou sendo o contrário. É um contraponto à polícia de São Paulo, que é truculência total, e esse foi [trabalho de] inteligência. Tales Faria, colunista do UOL
Mudança de estratégia foi decisiva na captura
O mais importante nesse desfecho foi o uso da inteligência a serviço da segurança pública, ressaltou o comentarista do UOL News Ricardo Kotscho.
A segurança pública só funciona com inteligência. Depois de 50 dias de um espetáculo grotesco, os fugitivos só foram encontrados depois que a polícia mudou de estratégia. Tomara que agora o governo federal passe a cuidar com mais rigor do sistema penitenciário. Está na cara que não fugiram sem ter boa retaguarda dentro e fora do presídio. A prioridade ao combate ao crime organizado é a grande lição. Ricardo Kotscho, comentarista do UOL News
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