OpiniãoPolítica

Reinaldo: Espera-se que a defunta Lava Jato não volte a rachar o STF

O colunista Reinaldo Azevedo afirmou no Olha Aqui! desta quarta (17) que espera coesão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) nas próximas decisões sobre a Lava Jato e o ex-juiz Sergio Moro, atual senador do União Brasil pelo Paraná. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) deve abrir investigação sobre a maior operação de combate à corrupção do país e seus responsáveis. No início da semana, quatro magistrados haviam sido afastados, mas a decisão foi parcialmente revertida.

O caso do Sergio Moro também será avaliado no CNJ. A avaliação é que ele participou desses acordos [para que o pagamento da multa da Petrobras nos Estados Unidos fosse revertido na criação de uma fundação privada de combate à corrupção] e, portanto, a situação dele será avaliada para se decidir se encaminha o pedido de abertura de investigação criminal. A Vaza Jato (conjunto de informações que veio a público a partir do hackeamento) revelou que nada ali era descolado daquele que comandava todos. E fica clara a centralidade de Sergio Moro naquelas ações. Claro que todos reconhecem méritos no combate à corrupção. Mas, você não pode, sob pretexto de combater a corrupção, fazer o que se fez: atuar à margem da lei e, quando se vê, existe um projeto de poder atrelado ao combate à corrupção e se estabelecem alvos políticos que devem ser eliminados para facilitar o seu projeto. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL

Reinaldo destacou as divergências entre os ministros do STF sobre a Lava Jato.

O [Luís Roberto] Barroso é mais alinhado à Lava Jato, assim como o [Luiz] Fux e o [Luiz Edson] Facchin, a ministra Cármen Lúcia ora sim ora não. Hoje, com essa composição, há questões da Lava Jato que não foram testadas ainda, por exemplo, com o André Mendonça e o Nunes Marques, indicados pelo Jair Bolsonaro (PL). É sabido que o Gilmar Mendes tem uma posição crítica à Lava Jato, o Alexandre [de Moraes] também, embora menos em muitos aspectos. O [Dias] Tóffoli também é um crítico. Divergências existem. Quando houve a anulação dos processos do Lula, o Barroso votou pela anulação, mas não votou pela suspeição do Sergio Moro - decisão tomada na 2ª turma. Ali houve um bate-boca conhecido com o Gilmar Mendes e depois os dois se entenderam. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL

Espero que as divergências fiquem restritas a essa questão. O Roberto Barroso não vai ter da Lava Jato a leitura que o Gilmar tem ou, eventualmente, o Tóffoli tem. A Lava Jato demonizou práticas na política que são absolutamente aceitáveis. As divergências no Supremo são grandes, mas espero que os ministros se lembrem que o Supremo ainda está sob ataque. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL

O Olha Aqui! vai ao ar às segundas, quartas e quintas, às 13h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Veja abaixo o programa na íntegra:

Errata:

o conteúdo foi alterado

  • Sergio Moro foi eleito senador pelo Paraná. O texto foi corrigido.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Deixe seu comentário

Só para assinantes