OpiniãoPolítica

Reinaldo: A reação a filme de Stone expõe os negacionistas da obra de Lula

O colunista Reinaldo Azevedo afirmou no Olha Aqui! desta segunda (20) que o filme do cineasta norte-americano Oliver Stone lembra a grandeza internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao contrário do que ocorre no Brasil, onde muitos negam suas qualidades. O documentário "Lula", foi apresentado no Festival de Cinema de Cannes, na França, ontem à noite.

Vamos ver o que vai acontecer, certamente quando [o filme] chegar aqui vai haver mobilização de bolsonarista. Aquilo que os idiotas chamam de polarização vai se manifestar mais uma vez. O Oliver Stone é um cara de esquerda, que ele saúde uma pessoa de esquerda não é uma surpresa. Se pegarmos os filmes dele, o aparato crítico dele, faz sentido fazer o elogio do Lula. Tudo isso está dentro do previsível.

Agora, um aplauso de quase 5 minutos de pé... Havia muitos brasileiros, mas a ideia de que só havia brasileiros é absolutamente falsa. Havia, sim, brasileiros, mas era uma plateia multiétnica, de vários lugares do mundo, de pessoas que são ligadas a essa área que aplaudiram o filme efusivamente. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL

Reinaldo disse que o filme fala da trajetória de Lula, mas está centrado na resistência democrática.

É preciso que se entenda que o país venceu um tentativa de golpe de Estado. Golpe de Estado — e os entendimentos podem variar. Mas eu estou entre aqueles que consideram que se tentou golpe de Estado quando se busca evitar a eleição, se tentou o golpe quando se busca evitar a posse, quando se busca derrubar o presidente depois de empossado e, caso o Bolsonaro tivesse vencido, nós teríamos o golpe por outros meios. Porque, ele não escondia de ninguém que tinha uma agenda e um dos alvos de sua agenda era o Supremo Tribunal Federal. Portanto, do modo como ele colocava o debate, as instituições, a democracia.

Então, a democracia correu um sério risco no Brasil, sim, seja o de rompimento — ainda que não se sustentasse depois — os sortilégios seriam grandes. E, caso o Bolsonaro tivesse vencido a eleição, os desdobramentos seriam os piores. Não há nenhuma razão pra suspeitar que não seria assim, porque conhecemos o que ele fez durante 4 anos, conhecemos o discurso durante 4 anos e podemos imaginar como seria caso esse discurso tivesse triunfado nas urnas.

O Lula foi o personagem — aqui no Brasil existem os negacionistas do Lula nesse período. Você tem uma extrema direita organizada hoje internacionalmente, em uma internacional da extrema direita que se manifesta de uma maneira como nunca se viu. Quem iria imaginar que um presidente como o [Javier] Milei iria à Espanha, um presidente da República vai à Espanha, não conversa com o governo local e faz campanha eleitoral contra o governo local?

Nós temos hoje uma internacional da extrema direita que não reconhece fronteira, não reconhece os governos locais. E o Lula é uma espécie de símbolo de resistência a isso tudo. Ele é essa resistência, ele é um presidente inequivocamente progressista, que tem uma origem inequivocamente progressista, comprometido com alguns valores, de igualdade, justiça social, de um país periférico, de país que não é o centro das decisões políticas e o Lula encarna esses valores.

Então, existe um reconhecimento internacional à figura do Lula que é muito superior ao reconhecimento que ele tem aqui dentro do Brasil. Se aqui existe isso que mal chamam polarização, você tem aí metade do país que reconhece a grandeza, quase outra metade que o critica, não gosta. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL

Continua após a publicidade

Reinaldo lembrou que todo documentário tem um viés que reflete as posições políticas do cineasta.

O Lula tem uma dimensão internacional que esse filme do Oliver Stone está lembrando. É um filme centrado na figura dele e feito pra destacar sua importância, por alguém que tem um viés político. O Lula ainda é um cara que atrai atenção do mundo, dos governantes mundo afora, que é ouvido, e é isso que esse filme lembra.

O que não tem viés e é um fato objetivo é que o Lula tem uma grandeza lá fora que muitos aqui dentro buscam negar. São os negacionistas de Lula e esse filme acho que resgata isso, segundo li. O que eu sei e me parece inequívoco é que Lula é o personagem central da preservação da democracia do Brasil. Pra mim é inequívoco. Até porque, nenhum outro teria vencido o Bolsonaro. Ele venceu, com os eleitores. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL

O Olha Aqui! vai ao ar às segundas, quartas e quintas, às 13h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Veja abaixo o programa na íntegra:

Continua após a publicidade

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Deixe seu comentário

Só para assinantes