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OPINIÃO

Tales: Leite jogou contra a sorte ao escolher prioridade ideológica no RS

Colaboração para o UOL, em São Paulo

20/05/2024 10h44

O governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) se complicou e mostrou ter feito uma escolha ideológica no combate às enchentes no Estado, afirmou o colunista Tales Faria no UOL News desta segunda (20).

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Leite disse que "estudos alertaram sobre as chuvas, mas governo também vive outras agendas".

Leite se complica. Ele jogou com a sorte, como faz a maioria dos gestores cuja postura é a de não cuidar de bueiro e de esgoto porque o povo não vê, mas tratar de outras coisas que podem mostrar às pessoas para tentar se reeleger. Leite fez exatamente a mesma coisa.

Leite escolheu organizar as contas como prioridade, conforme o caminho ideológico dele. Foi com ela que ele fez aquele vídeo triste no qual pediu que não continuassem com as doações porque competiriam com o comércio local. Ali, Leite mostrou qual era a prioridade dele. Tales Faria, colunista do UOL

Para Tales, Leite repete os erros cometidos por outros gestores ao ignorar os alertas dos especialistas e jogar a culpa pela tragédia no Rio Grande do Sul na imprevisibilidade da natureza.

Leite jogou com a sorte. Ele não fez nada para o meio ambiente. Pelo contrário: fez 480 medidas flexibilizando o Código Ambiental do Rio Grande do Sul. Isso é fato; não adianta ele vir falar que "é desburocratizar"; todos eles falam a mesma coisa.

Beira o ridículo Leite falar que 'os alarmes nem sempre dizem a realidade'. Aí é demais; beira a insensatez. Fica difícil para ele explicar. É um gestor novo, em termos de idade, mas com uma postura antiga ao dizer que o clima faz isso e surpreende. Ele não apresentou nada de novo. Esse é o problema. Tales Faria, colunista do UOL

Nobre: Brasil não pode esperar mais e precisa de política de adaptação

Já passou da hora de o Brasil adotar medidas de prevenção e educar a população para minimizar os efeitos de tragédias como a que devastou o Rio Grande do Sul, afirmou o climatologista Carlos Nobre. O colunista criticou o governador Eduardo Leite por não priorizar a prevenção a eventos climáticos extremos.

Os eventos extremos de chuva muito forte aumentam em todo mundo, mas também foram previstos no Brasil e na região Sul. Se o país já tivesse de fato implementado uma política de adaptação, já deveríamos estar preparando muitas populações com aqueles estudos de 2014.

Em 2016, o Ministério do Meio Ambiente colocou qual seria uma política de adaptação, mas praticamente não implementamos nada. Não podemos esperar mais. Agora, tem que haver política de adaptação em todo o Brasil. Esse evento no Rio Grande do Sul mostra o desafio que é. São centenas de bilhões de reais para criar locais seguros para esse grande número de gaúchos, e tem que se olhar isso para o Brasil todo. Carlos Nobre, colunista do UOL

Prefeito de Bento Gonçalves: Turismo não vai parar, voltaremos no inverno

Apesar da destruição causada pelas enchentes, a cidade de Bento Gonçalves terá condições de receber turistas no inverno, afirmou o prefeito Diogo Segabinazzi (PSDB) O gestor ainda ressaltou que não é momento para politizar a ajuda às vítimas das inundações.

Perdemos hectares e hectares de parreiras. Mas, ao mesmo tempo em que tivemos dificuldades, os setores turísticos não foram afetados. É importante separar uma coisa da outra. Meu grande problema foi na zona norte do município. A zona turística, no centro de Bento Gonçalves, não foi afetada.

Houve danos, sim, mas consigo recuperar em semanas. Toda a rede hoteleira e os restaurantes não foram afetados. Haverá uma força-tarefa para fazermos uma recuperação inicial e conseguir acessar cidades maiores na região, como Caxias do Sul, e Porto Alegre. Em questão de um mês, estaremos plenos na questão do turismo aqui. Diogo Segabinazzi (PSDB), prefeito de Bento Gonçalves

Irã: Presidente era conhecido como 'carniceiro de Teerã', diz professor

O presidente do Irã, o ultraconversaror Ebrahim Raisi, morto em um acidente de helicóptero, era um defensor ferrenho da Revolução Iraniana e conhecido como "carniceiro do Teerã" por participar de tribunais da morte com sentenças para fuzilar pessoas. A explicação é do professor de relações internacionais Leonardo Trevisan, entrevistado no programa de hoje.

O acidente que provocou a morte de Raisi ocorreu durante um pouso forçado perto da fronteira com o Azerbaijão neste domingo (19) e vitimou também o ministro das Relações Exterior, Hossein Amirabdollahian. As mortes têm gerado incertezas sobre o futuro político e econômico do país.

Endosso as palavras [de que ele era conhecido como] 'carniceiro de Teerã'. (...) A sanção americana impedia que Raisi entrasse nos Estados Unidos, desde os anos 80, não é uma coisa nova. Principalmente em relação às mulheres.

A gente deve lembrar que foi no governo dele que aconteceu o assassinato, não tem outro nome, daquela jovem de 22 anos, Mahsa Amini. Porque estava com o véu mal colocado e foi presa pela polícia de costumes e acabou morta. Quando a gente olha para esse quadro, (...) veja bem, a repressão aos protestos por esse assassinato custaram mais de 500 mortos e isso a gente está falando de 2022. Leonardo Trevisan, professor de relações internacionais

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h com apresentação de Fabíola Cidral e às 17h com Diego Sarza. O programa é sempre ao vivo.

Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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