Freixo, sobre Lessa: 'Psicopata que passou tanto tempo impune na polícia'
Citado por Ronnie Lessa como um dos possíveis alvos dos mandantes do assassinato de Marielle Franco, Marcelo Freixo (PT) disse em entrevista ao jornal O Globo que a fala do ex-PM em delação é "grave" e o chamou de "psicopata".
O que aconteceu
Freixo disse que foi "chocante" ouvir de Lessa que plano era matá-lo com um tiro à longa distância. "Não é da boca de qualquer pessoa, é da boca de um assassino profissional, então é bem chocante, muito ruim. Ao mesmo tempo, acho que não é um problema só meu, é um problema do Rio de Janeiro." Atualmente, Freixo é presidente da Embratur, no governo Lula.
"Como que alguém, psicopata a esse ponto, pode ter passado tanto tempo na polícia", afirmou Freixo. "Como pode ter matado tanta gente e só agora virou réu?", afirmou a O Globo.
O ex-PM disse em delação que Domingos Brazão o consultou sobre um atentado contra Freixo. "Em 2017, ele veio com um assunto relacionado com Marcelo Freixo. (...) É uma coisa bem ampla, pesada, que mexe com partidos. (...) Fui tirando isso da cabeça dele. Aí ele aceitou, não cobrou mais. Ali foi talvez a nossa primeira entrada com relação a crime", afirmou Lessa, em depoimento. Trechos da delação foram exibidos pelo Fantástico no último domingo (26).
Investigação do caso Marielle "abriu bueiro" no mundo do crime no Rio de Janeiro, diz Freixo. "O que se observa é uma fusão econômica e no modo de proceder, uma mistura de milícia com tráfico em várias áreas do Rio. Eu acho que isso piorou a situação do Rio. Pode ter gerado um enfraquecimento da milícia, mas não é para que a sociedade tenha uma melhora", afirmou.
Ex-deputado presidiu a CPI das Milícias, na Alerj, em 2008. Na época, Marielle era assessora no gabinete parlamentar de Freixo. Em decorrência desse trabalho, o político anda escoltado por seguranças até hoje.
Vereadora e o motorista Anderson Gomes foram mortos em março de 2018. O ataque foi feito porque, segundo as investigações da PF, Marielle era vista como "obstáculo" para os interesses de Chiquinho e Domingos Brazão. A tensão aumentou após ela se posicionar, em 2017, contra um projeto de Chiquinho para flexibilizar a regularização de terrenos em áreas de milícias - depois, o TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) considerou a lei inconstitucional. Os irmãos negam envolvimento com o crime.
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