PF prende suspeitos de ameaçarem família de Alexandre de Moraes
A Polícia Federal prendeu dois suspeitos de ameaçarem a família do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
O que aconteceu
Suspeitos teriam feito ameaças de morte, dando detalhes da rotina do ministro e familiares. A informação foi divulgada primeiro pela CNN Brasil, e confirmada pelo UOL. O aval para a operação partiu do próprio Moraes.
Um dos presos é um fuzileiro naval, com mais de vinte anos de carreira, o que motivou a participação da Marinha na ofensiva, Raul Fonseca de Oliveira. Ele é segundo-sargento, segundo o Portal da Transparência, e recebe R$ 8.252,10 mensais. Foi condenado no ano passado pela Justiça Militar em um caso de abandono de posto e recorre no STM (Superior Tribunal Militar). Procurada, a Marinha informou que não se manifesta sobre processos investigatórios em curso e diz estar à disposição da justiça para prestar informações.
Diante das acusações, Oliveira se mostrou surpreso e perplexo, negando veementemente os fatos, diz seu advogado. Darlan Almeida afirmou ainda que não teve acesso aos autos até a tarde de hoje.
O outro detido foi identificado como Oliveirino de Oliveira Junior. A reportagem não identificou o advogado de Junior. O espaço está aberto para manifestação.
As audiências de custódia de Oliveira e Junior estavam previstas para ocorrerem no final da tarde. Seriam conduzidas pelo desembargador Airton Vieira, do gabinete de Moraes. Mas, até às 21h, a assessoria de imprensa do STF não respondeu a pedido por mais informações.
Pedido foi feito pela PGR, e prisões ocorreram em São Paulo e no Rio de Janeiro. Também foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nas mesmas cidades. "Provas suficientes da existência do crime e indícios razoáveis de autoria", justificou o procurador-geral da República, Paulo Gonet, em despacho.
Gonet citou "gravidade das ameaças, sua natureza violenta e indícios de que há monitoramento da rotina das vítimas" para embasar pedido prisão. "A medida é assim, proporcional, ante o risco concreto à integridade física e emocional das vítimas", argumentou ele.
De acordo com a PF, mandados tem como objetivo "complementar evidências em torno de violentas ameaças sofridas por familiares" do ministro.
O conteúdo das mensagens, com referências a 'comunismo' e 'antipatriotismo', evidencia com clareza o intuito de, por meio das graves ameaças a familiares do Ministro Alexandre de Moraes, restringir o livre exercício da função judiciária pelo magistrado do Supremo Tribunal Federal à frente das investigações relativas aos atos que culminaram na tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito em 8 de janeiro de 2023
Trecho dos pedidos de prisão feitos pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet
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