3 governadores mais que dobraram salários desde 2022; veja ranking no país
Três governadores aprovaram aumentos de mais de 100% sobre os próprios salários desde 2022, mostram dados das Assembleias Legislativas estaduais e portais de transparência.
O que aconteceu
Carlos Brandão (PSB), do Maranhão, aprovou neste mês aumento de 107%. O rendimento mensal dele vai passar de R$ 15.915 a R$ 33.006,39 a partir de junho. Em nota, o governo maranhense disse que Brandão recebia o menor salário entre os governadores de todo o Brasil, e que não tinha reajuste desde 2014.
Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, aprovou, em maio de 2023, aumento de quase 300%. O caso foi parar na Justiça, mas o STF rejeitou em dezembro um pedido para reverter esse acréscimo. O subsídio mensal de Zema passou de R$ 10,5 mil para R$ 39,7 mil neste ano (aumento de 278%) e chegará a R$ 41,8 mil em fevereiro de 2025 (aumento de 298%, em comparação com 2023).
Pernambuco, comandado por Raquel Lyra (PSDB), também sancionou aumento de 129%. Em dezembro de 2022, a Alepe (Assembleia Legislativa de Pernambuco) aprovou que o salário do governador passasse de R$ 9,6 mil a R$ 22 mil. No entanto, este não é o valor que Lyra recebe. Ela escolhe continuar a receber R$ 42,1 mensais como procuradora do estado, cargo que ocupava antes de entrar para a política.
Lyra tem o segundo maior salário entre os governadores brasileiros e é quem recebe melhor na comparação com a renda média do estado. O salário dela é quase 38 vezes maior do que a renda per capita média do pernambucano em 2023, de R$ 1.113, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Para o cientista político André César, não há justificativa para reajustes tão altos. "O seu vencimento tem que ser de acordo com a realidade local", disse. "A inflação é muito menor que esses índices de reajuste, e o homem público tem que ser um exemplo para a sociedade. Nesses casos, é realmente tudo menos exemplar".
Quanto ganham os governadores de cada estado?
- Sergipe - Fábio Mitidieri (PSD) - R$ 44.008,52
- Acre - Gladson Cameli (PP) - R$ 40.137,69
- Minas Gerais - Romeu Zema (Novo) - R$ 39.717,69
- Mato Grosso do Sul - Eduardo Riedel (PSDB) - R$ 35.462,27
- Rondônia - Marcos Rocha (União) - R$ 35.462,22
- Rio Grande do Sul - Eduardo Leite (PSDB) - R$ 35.462,22
- Bahia - Jerônimo Rodrigues (PT) - R$ 36.171,46
- Pará - Helder Barbalho (MDB) - R$ 35.363,55
- São Paulo - Tarcisio de Freitas (Republicanos) - R$ 34.572,89
- Roraima - Antonio Denarium (PP) - R$ 34.299,00
- Amazonas - Wilson Lima (União) - R$ 34.070,00
- Piauí - Rafael Fonteles (PT) - R$ 33.806,39
- Paraná - Ratinho Junior (PSD) - R$ 33.763,00
- Maranhão - Carlos Brandão (PSB) - R$ 33.006,39
- Amapá - Clecio Luis (Solidariedade) - R$ 33.000,00
- Paraíba - João Azevedo (PSB) - R$ 32.434,82
- Espírito Santo - Renato Casagrande (PSB) - R$ 30.971,84
- Mato Grosso - Mauro Mendes (União) - R$ 30.862,79
- Distrito Federal (Brasília) - Ibaneis Rocha (MDB) - R$ 29.951,94
- Alagoas - Paulo Dantas (MDB) - R$ 29.365,63
- Goiás - Ronaldo Caiado (União) - R$ 29.234,38
- Tocantins - Wanderlei Barbosa (Republicanos) - R$ 28.070,00
- Santa Catarina - Jorginho Mello (PL) - R$ 25.322,25
- Pernambuco - Raquel Lyra (PSDB) - R$ 22.000 (mas ela recebe R$ 42.145,88 como procuradora do estado)
- Rio Grande do Norte - Fátima Bezerra (PT) - R$ 21.914,76
- Rio de Janeiro - Claudio Castro (PL) - R$ 21.868,14
- Ceará - Elmano de Freitas (PT) - R$ 20.629,59
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