Sakamoto: Bolsonaro usa Pablo Marçal para empurrar Nunes mais à direita
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usa o pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB-SP), para empurrar o prefeito Ricardo Nunes à direita e ter um aliado como seu vice, afirmou o colunista do UOL Leonardo Sakamoto durante participação no UOL News desta quarta-feira (5).
Bolsonaro se encontrou com Marçal em Brasília. Apesar de sinalizar aproximação, o ex-presidente disse à Folha que tem um compromisso com a reeleição de Nunes. Ele considera o ex-comandante da Rota, coronel Ricardo Mello Araújo, como seu potencial vice.
[Marçal] Foi e se encontrou com o Bolsonaro. Aquele encontro que vale a foto, nem [tem] grandes discussões entre eles, mas vale a foto para os dois. Para o Marçal, isso vai ser distribuído nas redes sociais e aproxima o bolsonarismo do Marçal. O Marçal já apoiou o bolsonarismo antes várias vezes. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
O que acontece é que com essa imagem ele acaba trazendo, nesse momento, uma parte do bolsonarismo mais para perto dele. O que para ele é bom, isso é mídia e traz impacto. Mas para o Bolsonaro é melhor ainda. Por quê? O Bolsonaro não vai apoiar o Marçal ao que tudo indica. Tanto é que depois dessa foto, Bolsonaro veio a público dizer que apoia o Ricardo Nunes na disputa. Ele falou para a imprensa. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Sakamoto diz que a ação de usar Marçal pode ter sido apenas para reforçar o nome de seu aliado para Nunes caso ele queira seu apoio. Ao contrário de outros pré-candidatos, o prefeito de São Paulo ainda não escolheu seu candidato a vice.
Bolsonaro falou que em nenhum momento disse que não iria apoiar Ricardo Nunes. Bolsonaro reforçou o nome do coronel da PM, Ricardo Mello Araújo, como o seu candidato a vice do Ricardo Nunes, na chapa para a Prefeitura de São Paulo. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
O Bolsonaro usou o Pablo Marçal para tentar pressionar o Nunes, para tentar empurrar o Nunes mais à direita. Para o Nunes engolir o seu candidato a vice, coisa que ainda não está fechada. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Maierovitch: Boulos não deveria ser relator e errou em parecer de Janones
Também no UOL News, o colunista Wálter Maierovitch afirmou que o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) não deveria ter assumido relatoria em processo de cassação por caso de rachadinha do colega parlamentar André Janones (Avante-MG). Para Maierovitch, Boulos também errou ao livrar Janones em seu parecer.
O caso foi arquivado nesta quarta-feira (5) pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Sessão terminou com tumulto generalizado e deputados praticamente em embates físicos.
Em flagrante a suspeição e o impedimento do Boulos, ele não poderia ser relator desse caso. Por duas razões, primeiro pelos laços de amizade, pelos laços fortes de união. E mais do que isso: o Janones é da linha de frente do programa do Boulos para prefeito [na pré-candidatura em São Paulo], e está totalmente integrado na linha de frente nessa campanha. Wálter Maierovitch, colunista do UOL
Ou seja, existe aí uma suspeição. Mas ele colocou isso de lado até, talvez, seguindo o exemplo do próprio Supremo Tribunal Federal, onde os ministros já não se dão mais como suspeitos para nada e temos casos recentes. Esse é o primeiro ponto, ele não deveria ser o relator. Wálter Maierovitch, colunista do UOL
Tecnicamente, à luz do que bem decidiu o Supremo pelos elementos existentes, o Janones estava efetivamente em exercício de função. O Boulos pisou na bola porque não se deu por impedido, por suspeito; e errou na sua conclusão [do parecer que livrou Janones em caso de rachadinha]. Wálter Maierovitch, colunista do UOL
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