Sakamoto: Teatro bolsonarista tenta jogar rachadinha só no colo da esquerda
O tumulto visto durante a sessão do Conselho de Ética da Câmara que arquivou a denúncia contra o deputado federal André Janones (Avante-MG) foi uma tentativa dos bolsonaristas de vincular a prática de rachadinha à esquerda, analisou o colunista Leonardo Sakamoto no UOL News desta quinta (6). O bate-boca entre deputados do PL, Janones e seu assessor quase terminou em agressão física.
O que aconteceu ontem foi um grande teatro, exatamente para tentar jogar no colo da esquerda uma coisa que a direita também faz, que é a rachadinha.
Por conta dessa oportunidade que foi identificada pelo bolsonarismo de poder jogar a rachadinha no colo da esquerda, o protagonista da Comissão de Ética não foi Boulos, Janones, Nikolas Ferreira, nem ninguém que estava naquele furdúncio todo, mas sim o smartphone.
Sabendo exatamente o que aconteceria e que provocaria tudo aquilo, o bolsonarismo pôs-se a gravar, muito antes de o furdúncio começar. Estava planejado para aquele conteúdo ser produzido e ir para as redes sociais. Aquilo não é espontâneo. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Sakamoto ressaltou que o termo "rachadinha" ganhou corpo por conta de ações da família Bolsonaro, que agora tenta não só se livrar desta imagem negativa como colá-la a parlamentares da esquerda.
Não importa qual seria o resultado do Conselho de Ética. O campo bolsonarista estava preparado há muito tempo, desde a época em que Janones se tornou investigado, para usar esta história contra o campo governista.
A rachadinha é uma prática que não é monopólio da direita ou da esquerda. Vemos casos e mais casos ocorrendo aos borbotões ao longo de anos, com denúncias aqui e ali. (...) A família Bolsonaro ficou bastante vinculada à ideia de rachadinha. Quando aconteceu a história com Janones, a família Bolsonaro disse 'vamos entrar de sola'. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Landim: Carimbo de 'defensor de rachador' terá custo à campanha de Boulos
O arquivamento do processo de cassação de Janones (Avante-MG) terá consequências para a campanha de Guilherme Boulos à prefeitura de São Paulo, disse a colunista Raquel Landim. O deputado do PSOL foi o relator do processo e, em seu parecer, livrou Janones das acusações.
Boulos caiu nessa história por sorteio. Boulos se prestou a esse trabalho para o governo Lula e isso vai ter custo para a campanha eleitoral dele em São Paulo. Esse carimbo de 'defensor de rachador' é muito forte, tanto que Jair Bolsonaro paga o preço disso há um tempão. É um custo político forte. Raquel Landim, colunista do UOL
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