PF busca presidente do Solidariedade por suposto desvio de R$ 36 mi em 2022

A Polícia Federal faz hoje (12) uma operação contra suposta organização criminosa responsável por desviar recursos do fundo partidário e eleitoral nas eleições de 2022, destinados ao extinto partido Pros, que foi incorporado ao Solidariedade.

O que aconteceu

Alvo principal da ação é Eurípedes de Macedo Júnior, fundador do Pros e atual presidente do Solidariedade. O Pros foi incorporado ao Solidariedade em fevereiro de 2023.

Eurípedes está foragido. Ele foi presidente do Pros antes da fusão e assumiu a presidência do Solidariedade em 2023.

Os três presos até o momento: Cintia Lourenço da Silva, primeira-tesoureira do Solidariedade; Alessandro Souza da Silva, o Sandro do Pros, e Berinaldo da Ponte, ex-deputado distrital foram presos. No total, são cumpridos sete mandados de prisão e 45 de busca e apreensão em Goiás, São Paulo e no DF.

Outro lado: O UOL tenta localizar a defesa dos citados. Fundador do Solidariedade, o deputado federal Paulinho da Força respondeu: "Estou tomando pé da situação. Mais tarde terá posicionamento."

O desvio de R$ 36 milhões é investigado, segundo a PF. A apuração teve início a partir de denúncia de um presidente do partido, cujo nome não foi divulgado pela corporação.

A operação foi batizada de Fundo do Poço. A Justiça Eleitoral do DF determinou o bloqueio e indisponibilidade de R$ 36 milhões e o sequestro judicial de 33 imóveis.

Investigação apontou organização criminosa "estruturalmente ordenada", informou a PF. O objetivo, segundo as investigações, era desviar e se apropriar de recursos do Fundo Partidário e Eleitoral, usando candidaturas laranjas, superfaturamento de serviços de consultoria jurídica e desvios de recursos partidários destinadas à Fundação de Ordem Social, fundação do partido.

Atos de lavagem foram identificados por meio da constituição de empresas de fachada, compra de imóveis e superfaturamento de serviços prestados aos candidatos laranjas. De acordo com a corporação, os envolvidos estão sendo investigados pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, furto qualificado, apropriação indébita, falsidade ideológica eleitoral e apropriação de recursos destinados ao financiamento eleitoral.

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Briga pelo comando do Pros

Antes de ser incorporado ao Solidariedade, o partido vivia uma disputa pelo comando, com dois grupos se acusando. Eurípedes chegou a ser destituído da presidência da sigla e suspenso em 2020. Ele foi acusado de desviar recursos dos fundos eleitoral e partidário e lavagem de dinheiro. Na ocasião, sua defesa classificou o caso como uma tentativa de golpe partidário. Segundo o partido, em 2015, ele comprou um helicóptero no valor de R$ 2,4 milhões para uso pessoal e com recursos do fundo partidário.

No ano passado, o TSE reprovou as contas do partido referentes a 2017. Ficou determinado que o Pros teria que devolver R$ 1,8 milhão. As irregularidades encontradas foram compras de passagens aéreas e reformas de residência particular com dinheiro público.

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