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Madeleine: Sou contra o aborto, mas não pode ser equiparado a homicídio

O projeto de lei que equipara o aborto ao homicídio não pode ser considerado sério e é uma vingança contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, afirmou a colunista Madeleine Lacsko no UOL News desta sexta (14).

Esse projeto não é sério, pois não tem como objetivo regrar o que ele diz querer regrar, que é a questão do aborto. É uma vingança contra Alexandre de Moraes e tem uma técnica jurídica estapafúrdia de inventar coisas.

Sou contra o aborto, mas não sou a favor de equiparar aborto a homicídio. De onde tiraram isso? Em que outro país se equipara o aborto ao homicídio? Aborto é aborto e homicídio é homicídio. Não há como ter uma técnica jurídica boa dando às coisas uma definição diferente da realidade. Madeleine Lacsko, colunista do UOL

Madeleine relembrou o debate em torno da decisão de Moraes que suspendeu a resolução do CFM (Conselho Federal de Medicina) na qual se proibia a assistolia fetal, método recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para a interrupção da gestação acima de 20 semanas.

Moraes deu uma liminar liberando isso [assistolia fetal] de novo. Começou uma discussão muito forte em redes sociais e entre os parlamentares, mas passou fora dos radares da imprensa. Vem daí toda essa história. O CFM alega que é um processo que não se permite nem em eutanásia de animais pela crueldade.

Há uma reação em tom super alto de transformar isso em homicídio. Qual é a consequência disso para a sociedade? Temos como prioridade em legislação penal isso ou o combate ao crime organizado, que está se tornando transnacional? Isso não está sendo endereçado e a discussão é levada para esse lado.

É uma questão muito séria, que mexe emocionalmente com as pessoas. Estamos falando de dramas individuais. Essa questão deixou de ser debatida com seriedade quando se mudou o ponto de toque fundamental da discussão sobre aborto no Brasil. Quando se fala em aborto sadio e defendê-lo com a maior naturalidade, teremos um retrocesso. Madeleine Lacsko, colunista do UOL

Bergamo: Situação de Gleisi é mais complicada que a de Janja sobre PL do aborto

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A cobrança por um posicionamento sobre o PL do aborto coloca a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, em posição mais delicada do que a da primeira-dama Janja da Silva, avaliou a colunista da Folha de S.Paulo Mônica Bergamo.

Não queria estar na pele da Gleisi. Sabemos o que ela pensa sobre isso, mas Gleisi é presidente de um partido que disputa eleição como cabeça de chapa ou como aliança em cinco mil municípios. Lira quer mandar um recado para o Lula. Essa bancada quer carimbar na cara do presidente e do PT que eles são abortistas. A situação da Gleisi é ainda mais complicada do que a da Janja, mas acredito que ela se posicionará em algum momento. Mônica Bergamo, colunista da Folha de S.Paulo

Tales: PL do aborto foi à pauta por acordo entre evangélicos e Lira

O PL do aborto entrou na pauta do Congresso por conta de um acordo entre evangélicos e o presidente da Cãmara Arthur Lira para a eleição do comando da Casa, revelou Tales Faria. Em conversa com o colunista, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), autor do projeto, contou que o acerto com Lira já estava fechado há pelo menos um ano e envolve outros temas que interessam a esta bancada.

O relator do projeto disse que o acordo com Lira é realmente fruto de um acordo com os evangélicos e que isso foi fechado há mais de um ano, quando Lira quis se reeleger presidente da Câmara. Ele fechou que colocaria em pauta essa questão do aborto. Foram fechadas cinco propostas dos evangélicos. Lira não colocou tudo o que eles queriam e foi cobrado. O deputado diz que eles têm 300 votos na Câmara para aprovar o projeto. Vamos ver se é tudo isso mesmo. Tales Faria, colunista do UOL

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