Conteúdo publicado há 5 meses

Manifestantes fazem novo ato na avenida Paulista contra o PL do Aborto

Manifestantes se reuniram mais uma vez, neste sábado (15), na avenida Paulista, em São Paulo, para protestar contra o PL 1904, conhecido como PL do Aborto.

O que aconteceu

O ato foi convocado por entidades feministas. O objetivo é pressionar a Câmara dos Deputados contra a aprovação do PL 1904/24, que equipara o aborto ao crime de homicídio. Ao todo, 60 coletivos e organizações políticas apoiaram o protesto — entre eles estavam a Frente SP Pela Legalização do Aborto, a Associação de Obstetrizes (AO-USP) e o movimento Católicas pelo Direito de Decidir, que defende que o Estado deve ser livre da interferência religiosa na criação e condução das políticas públicas.

A manifestação começou no vão do Masp. O protesto, que teve início às 16h, ocupou meia faixa da avenida Paulista e marchou até a rua Augusta, descendo em direção ao centro da capital paulista. De acordo com os organizadores, mais de 2 mil pessoas eram esperadas no ato.

O principal alvo da manifestação é o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Cartazes e gritos de "Fora Lira" marcaram o protesto — o deputado aprovou o pedido de urgência para tramitação do projeto de lei na última quarta-feira (19), sem aviso e sem anunciar o número do projeto.. Placas de "Criança não é mãe" também fizeram parte do ato.

Parlamentares participaram do protesto. Os deputados Ivan Valente e Sâmia Bomfim, ambos do PSOL, foram alguns dos que compareceram à manifestação. "A força do movimento feminista na rua vai derrotar esse projeto maldito", escreveu Sâmia no X (antigo Twitter).

Outros protestos já haviam ocorrido na quarta-feira (13). Um dia após a aprovação da urgência na tramitação do PL 1904, manifestantes se reuniram em São Paulo (SP), Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG) e outras cidades do país.

O que pode mudar com o PL 1904?

A proposta em tramitação na Câmara mudará quatro artigos do Código Penal. Atos que hoje não são crime ou que têm pena de até quatro anos passam a receber tratamento de homicídio simples — punição de seis a 20 anos de cadeia.

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Até mesmo os médicos poderão ser presos. Hoje, eles são considerados isentos de responder por qualquer tipo de crime. Pela proposta, poderão ser punidos em caso de interromper a gravidez de feto que não seja anencéfalo.

O projeto ainda não tem data para ser votado no plenário da Câmara. Lira disse à colunista do UOL Raquel Landim que vai indicar uma "mulher moderada" para relatar o PL do aborto e que será discutido com a bancada feminina. Caso seja aprovado, seguirá para análise do Senado.

A proposta é do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que é próximo ao pastor Silas Malafaia. Lira tinha prometido colocar o tema em discussão no plenário em troca de apoio da bancada evangélica à sua reeleição à presidência da Casa em 2023.

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