Governo do DF apura denúncia de agressões na Papuda a homem preso por 8/1

A Seape-DF (Secretaria de Administração Penitenciária do DF) abriu processo para apurar denúncias de agressões a um foragido pelos atos de 8 de janeiro. Ele foi preso no início deste mês pela PF (Polícia Federal), em operação que mirou suspeitos de quebrar medidas cautelares ou considerados em risco de fuga.

O que aconteceu

Secretaria disse que pediu exames do preso no IML para confirmar se ele foi agredido. Segundo o órgão, Lucas Costa Brasileiro foi encaminhado ao Complexo Penitenciário da Papuda no último dia 7, onde passou por triagem junto a outros alvos detidos pela operação da PF.

Pai nega que filho tenha descumprido medidas cautelares determinadas pela Justiça. Em um vídeo que circula nas redes, o pai de Lucas, Evandro Brasileiro, diz que, além do filho, outros quatro presos capturados também foram agredidos. Segundo ele, as agressões ocorreram no pátio da Papuda. "Eu peço socorro. Não sei nem mais a quem nos agarrar. Eles estava cumprindo todas as medidas cautelares [...] É um absurdo o que estão fazendo. É muita pressão. Eu não aguento mais", afirma Evandro.

Evandro também mandou recado a Alexandre de Moraes. O ministro do STF é relator dos inquéritos que apuram os ataques que destruíram a Praça dos Três Poderes, em Brasília, e responsável pelos mandados de busca e apreensão e prisões no âmbito das investigações. "Ministro, se você chegar a ouvir. Isso é certo? Vocês estão espancando nossos filhos. Isso é justo? É isso que você quer para o povo brasileiro?", disse o pai de Lucas, que teve o vídeo publicado pela deputada federal Bia Kicis (PL-DF).

A Seape reforça que os todos os procedimentos institucionais realizados no sistema penitenciário são realizados dentro da legalidade e não coaduna com qualquer desvio de conduta de seus servidores. Seape, em nota

PF cumpriu mais de 200 mandados de recaptura

Do total de alvos da operação, a PF conseguiu prender novamente ao menos 50 pessoas. O número é da última atualização feita pela corporação no dia da força-tarefa. Segundo a PF, as investigações continuam para tentar prender os outros 159 alvos.

Ação da PF foi feita após reportagem do UOL. No mês passado, a apuração jornalística revelou que condenados ou investigados pelos ataques do 8 de janeiro quebraram tornozeleiras eletrônicas e fugiram para o Uruguai e a Argentina.

Presos estavam em nove estados e no DF. Eles foram pegos no Espírito Santo, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Paraná e Santa Catarina, além da capital federal.

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Segundo investigações, três detidos estavam prestes a fugir para fora do Brasil. Para evitar que eles conseguissem realizar a fuga ou mesmo cruzassem a fronteira, a PF antecipou as prisões desses militantes bolsonaristas, pata até dois dias antes da operação.

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