Lula: 'Se for para evitar que os trogloditas voltem, posso ser candidato'

O presidente Lula (PT) afirmou em entrevista nesta terça-feira (18) que pode tentar se reeleger presidente do Brasil em 2026 se for preciso evitar a volta de "trogloditas" ou que "esse Brasil seja governado por um fascista".

O que aconteceu

Lula afirmou que só tentará a reeleição se for para evitar a volta de "trogloditas". "Se for necessário ser candidato para evitar que os trogloditas que governaram esse país voltem a governar, pode ficar certo que meus 80 anos virarão 40 e eu poderei virar candidato", disse ele em entrevista à rádio CBN.

Ao final de sua fala, ele aumentou o tom e se referiu ao fascismo. "Não vou permitir que esse Brasil seja governado por um fascista, que o Brasil seja governado por um negacionista", disse ele, sem mencionar nomes.

Se a ameaça não existir, no entanto, ele pode abrir mão da candidatura. "Quando chegar o momento terá muita gente boa para ser candidato, eu não preciso ser candidato", afirmou. "Não quero discutir reeleição em 2026 porque tenho apenas um ano e sete meses de mandato. Quero cumprir o que prometi ao povo brasileiro."

Lula disse ainda que só pretende se candidatar se estiver bem de saúde. "Nós vamos ter que pensar muito. Eu sei que terei 80 anos, tenho que medir meu estado de saúde, minha resistência física porque quero ter responsabilidade com o Brasil", afirmou.

Antes, ele brincou com o entrevistador, que disse que ele terá 81 anos em 2026. "Estarei com 80 anos, não me envelheça um ano! Estarei no auge na minha vida", brincou.

Lula critica PL do Aborto

Lula também criticou o projeto de lei que equipara o aborto a homicídio. "Por que uma menina é obrigada a ter um filho de um cara que estuprou ela? Que monstro vai sair do ventre dessa menina?", questionou em entrevista à CBN.

Você não pode continuar permitindo que a madame vá fazer aborto em Paris e a coitada morra em casa tentando furar o útero com agulha de tricô. Esse é o drama que estamos vivendo.
Lula, sobre PL do Aborto

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Ele voltou a reforçar que é pessoalmente contra o aborto. "Mas, enquanto chefe de Estado, o aborto tem de ser tratado como saúde pública", ponderou.

A proposta é do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que é próximo ao pastor Silas Malafaia. "Eu quero saber se a filha dele fosse estuprada, como ele ia se comportar. Não é um tema simples", provocou Lula.

O projeto ainda não tem data para ser votado no plenário da Câmara. Lira disse à colunista Raquel Landim que vai indicar uma "mulher moderada" para relatar o PL do aborto e que será discutido com a bancada feminina. Caso seja aprovado, seguirá para análise do Senado.

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