Ciro: Caso das joias de Bolsonaro é nível de 'ladrão de galinha'
O ex-ministro e ex-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) classificou no UOL News desta quarta (10) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como "ladrão de galinha" ao comentar o caso das joias, que gerou indiciamento do ex-presidente pela Polícia Federal.
O relatório final do inquérito da PF aponta que Bolsonaro formou uma associação criminosa para desviar mais de R$ 6 milhões em presentes recebidos em visitas oficiais para outros países enquanto chefe de Estado e que recebeu o dinheiro das negociações em espécie.
Roubar dinheiro de joias só mostra o nível de degradação, de avacalhação da liderança brasileira. Mas, isso não é surpresa nenhuma. Ninguém quis dar bola, mas na campanha eleitoral eu mostrei, já na de 2018, depois na de 2022 de novo, notas fiscais em que Bolsonaro roubava gasolina de gabinete de deputado, na circunstância em que eu era companheiro dele, na mesma legislatura.
O meu gabinete gastava R$ 600 por mês de gasolina, o dele, R$ 12 mil. O meu comprava em diversos postos de gasolina em Brasília, onde a gente trabalha, e o dele era tudo num posto de gasolina só, na Barra da Tijuca [no Rio de Janeiro]. (...) Ninguém quer ver. Usar o dinheiro do auxílio-moradia pra "comer gente", aspas, aspas, aspas, era o que o Bolsonaro dizia como relativizar. Rachadinha, roubalheira, compra de imóveis em espécie, tudo isso está indicando o nível de ladrão de galinha que nós colocamos na Presidência da República brasileira. Ciro Gomes, ex-ministro
"Grande crime de Bolsonaro é o genocídio"
Ciro Gomes defende que Bolsonaro pague caro pelos crimes continuados que cometeu na Presidência da República, sendo o pior, na opinião do ex-ministro, o de genocídio.
O mais grave que ele cometeu foi o crime de genocídio. Aquilo que ele fez na pandemia, e provocou a morte de centenas ou dezenas de milhares de pessoas, eu não sei se os inquéritos devidos estão andando.
Este inquérito tem que ser muito bem conduzido. E acho que dos três problemas, do roubo das joias — há obviamente um crime, de ladrão de galinha, mas é um crime —, a falsificação do cartão de vacinação —crime de ladrão de galinha, mas é um crime—, mas, o grande crime é o genocídio. Porque ali tem homicídio generalizado, no mínimo, e como se caracterizou por uma ação muito reiterada do Bolsonaro, você tem claramente uma indução à morte. Ciro Gomes, ex-ministro
Golpe aconteceu antes do 8/1
O ex-presidenciável disse ainda que a tentativa de golpe de Bolsonaro e seus aliados ocorreu, na verdade, antes do 8 de janeiro.
O 8 de janeiro foi um ato de vandalismo, chamado de terrorismo —estou falando sob o ponto de vista técnico, jurídico de maneira a encaminhar uma punição. Aquilo ali foi um ato de vandalismo, que tem que ser punido severamente. Mas o golpe aconteceu antes, com Bolsonaro na constância da Presidência da República, portanto, sendo ele o responsável. E ele fez aquela minuta, e ele fez aquela consulta. Ali, ele consumou a sua atitude criminosa de golpe.
Por quê? Porque golpe de Estado é um tipo de crime muito peculiar. Na legislação brasileira, a intenção de um crime não é punível. (...) mas o arrependimento eficaz, esse é o erro —o Lula, inclusive, deu esse álibi pro Bolsonaro, como parecendo que o Bolsonaro teria tido um arrependimento eficaz. Ora, o arrependimento eficaz elimina o crime, portanto, ele não é punível. Não é o caso. Por que? Por definição, golpe de Estado consumado não tem punição, porque quem assume o poder é o golpista. O golpe planejado, iniciado em suas tratativas, já é consumação de crime, portanto, punível. Ciro Gomes, ex-ministro
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