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Sakamoto: Marçal tenta mostrar que é real herdeiro de Bolsonaro em sabatina

O pré-candidato a prefeito de São Paulo Pablo Marçal (PRTB-SP) tenta mostrar em sabatina que é o "real herdeiro" de Jair Bolsonaro (PL), ou seja, que é o verdadeiro candidato do ex-presidente, ainda que não fale isso nominalmente, afirmou o colunista do UOL Leonardo Sakamoto durante participação no UOL News 2ª Edição desta quarta-feira (10).

Ontem, Marçal foi entrevistado na sabatina UOL/Folha e disse que não quer disputar o comando da cidade para "entrar no sistema".

Ele basicamente se mostra como o candidato do Bolsonaro. Ele se apresenta, apesar de não falar isso, mas ele se apresenta, com tudo que ele falou, como o candidato de Bolsonaro. Até porque Ricardo Nunes aqui e ali defende Jair Bolsonaro, mas ele também sabe que Bolsonaro tem uma rejeição grande em São Paulo, então ele fica no meio do caminho. Pablo não, ele se refestelou em bolsonarismo nessa entrevista. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Marçal abusou da teoria da prosperidade que é muito comum, conhecida e adotada em muitas igrejas evangélicas neopentecostais que colocam, inclusive, a prosperidade material como fruto da fé. E aí ele coloca, ele transpõe isso colocando: 'Olha, se a pessoa não conseguiu é também por culpa da própria pessoa, ou seja, a pessoa não se esforçou o bastante'. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Apesar do Pablo Marçal ter nas entrevistas recentes, inclusive pra gente, pedido para não ser chamado de coach, é exatamente esse um discurso de coach, que 'o sucesso depende de cada um, e se cada um não alcançou o sucesso é porque não se esforçou o bastante'. Ele não foi tão objetivo direto assim, mas é nessa linha que ele tá colocando. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Sakamoto completa que tal discurso é violento para as pessoas desprivilegiadas e mais pobres.

A gente sabe que isso, na verdade, é um tanto quanto violento com uma série de pessoas que se esforçam no dia dia, que se comprimem em ônibus saindo de madrugada trabalhando de sol a sol. E que não conseguiu fazer o seu primeiro bilhão, e não foi por falta de criatividade, de dedicação. Mas por um bilhão de outras condições, entre elas o fato de que a gente vive em uma sociedade extremamente desigual em que educação, saúde, lazer, cultura, moradia e emprego não são oferecidos igualmente para todos. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Contudo, apesar do discurso equivocado, ele pega. Ele tem seguidores, tem engajamento. E no campo do bolsonarismo, que ele trouxe nessa entrevista, se conecta totalmente (...) de que depende de cada um, que o Estado não tem que se meter praticamente nessa história, e tem que se garantir que as pessoas possam correr atrás dos seus sonhos, que boa parte se resolve. Desconsiderando que boa parte das pessoas precisam do Estado para saúde, educação e tudo isso. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

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